A jovem aprendeu os sinais utilizando as redes sociais
A jovem tinha apenas 16 anos e foi resgatada pela polícia ao fazer um gesto utilizado para representar violência doméstica para os carros que passavam.
Os dados sobre sequestro e desaparecimento de pessoas, por mais que mostrem uma quantidade absurda de crimes, também não conseguem mensurá-la com exatidão. Isso acontece porque a subnotificação mascara esses números, principalmente quando as autoridades não conseguem relacionar os crimes ou encontrar suspeitos.
Segundo informações do Conselho Federal de Medicina (CFM), estima-se que cerca de 50 mil crianças desapareçam todos os anos no Brasil, o que corresponderia a mais de 130 casos por dia. Em 2019, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório afirmando que, em 2016, estimava-se em 25 mil o número de vítimas do tráfico humano no mundo, das quais 30% eram crianças.
A ONU ainda explica que muitas crianças são sequestradas para fins sexuais ou tráfico de órgãos, além de venda e adoção ilegal, burlando a legislação com documentos falsos, prontuários de hospitais também falsificados, entre outras inúmeras possibilidades. Na última semana, uma jovem da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, conseguiu ser resgatada de um sequestro utilizando um gesto aprendido no TikTok.
Os pais da adolescente relataram seu desaparecimento no dia 2 de novembro, e um homem ligou para a polícia de Kentucky relatando que viu uma menina em perigo dentro de um veículo em uma via interestadual no dia 4.
Segundo informações da CNN, o gabinete do xerife do condado de Laurel emitiu um comunicado explicando que o homem estava atrás do veículo e notou uma passageira fazendo gestos conhecidos como um pedido de ajuda em casos de violência doméstica.
Os gestos se popularizaram na rede social TikTok, e com apenas dois movimentos a vítima pode alertar pessoas indicando que está passando por uma situação de violência e assim pedindo ajuda. A Fundação de Mulheres Canadenses explica que é um sinal que as pessoas podem usar quando se sentem em perigo, basta levantar a mão com a palma voltada para fora, e depois dobrar o polegar em direção à palma e fechar os dedos prendendo o polegar. As autoridades informaram que a adolescente confirmou que aprendeu o gesto no TikTok, sendo que ninguém sabe ao certo por quanto tempo ela estava pedindo ajuda de dentro do carro. A pessoa que fez a denúncia à polícia de Kentucky ficou atrás do veículo suspeito por cerca de 11 quilômetros, repassando informações aos oficiais.
A polícia conseguiu encontrar o carro e resgatou a jovem. O suspeito sequestrou a adolescente na Carolina do Norte e a levou primeiramente para Ohio, onde tinha parentes, mas assim que seus familiares suspeitaram que havia algo errado e descobriram a idade da menina, relataram seu desaparecimento, mas o homem fugiu com a menor, de acordo com informações oficiais.
O assistente do xerife do condado de Laurel, Gilbert Acciardo, explicou que não sabe por quanto tempo a adolescente fez os gestos, e a única coisa que ela esperava era que alguém notasse que estava em perigo. Felizmente, o condutor do veículo de trás, que permaneceu anônimo, reconheceu os sinais e teve o ímpeto de ligar imediatamente para as autoridades locais.
O suspeito foi preso no mesmo dia, acusando de sequestro e abuso sexual contra uma pessoa menor de idade. Nos Estados Unidos, existe diferença de pena entre os acusados de cometer delitos sexuais contra menores de 12 anos e menores de 18 anos.
Os vídeos com gestos e sinais pedindo ajuda têm se popularizado nas redes sociais e mostram inclusive maneiras de alertar um indivíduo sem ser notado pelo agressor ou pelo suspeito. Assim como os casos de vítimas que ligam para a delegacia e pedem pizza, essa é uma maneira de conseguir escapar de situações de extremo perigo.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes por meio do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, para ligação ou pelos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre idosos, pessoas com deficiência, em restrição de liberdade, população LGBT e em situação de rua, além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.