Presidente do partido, Gleisi Hoffmann afirmou que texto falando das eleições na Nicarágua não foi “submetido” à direção do PT
Após publicar uma nota “celebrando” a reeleição de Daniel Ortega para o quarto mandato consecutivo na Nicarágua, o Partido dos Trabalhadores (PT) recebeu uma “chuva” de críticas. Diante da situação, a legenda decidiu apagar o texto e “explicar” seu posicionamento.
Marcadas por denúncias de fraude, as eleições no país foram realizadas em meio a uma série de prisões de opositores. O pleito, inclusive, teve abstenção de 80%.
Em sua nota, no entanto, o PT afirmava que os resultados confirmavam “o apoio da população a um projeto político que tem como principal objetivo a construção de um país socialmente justo e igualitário”.
Nas redes sociais, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a nota não foi “submetida” à direção do partido e disse que o posicionamento da sigla vai sempre em “defesa da autodeterminação dos povos” e contra interferência externa.
“Nota sobre as eleições na Nicarágua não foi submetida à direção partidária. Posição do PT em relação qualquer país é defesa da autodeterminação dos povos, contra interferência externa e respeito à democracia, por parte de governo e oposição. Nossa prioridade é debater o Brasil com o povo brasileiro”, apontou.
Com 75% dos votos, Ortega não teve adversários nas urnas, pois mandou prendê-los. Sete candidatos concorrentes e, ao menos, 130 de seus simpatizantes foram detidos. O líder da Nicarágua concorreu com seus aliados.
Diante de críticas dos Estados Unidos, da União Europeia e da Organização dos Estados Americanos (OEA), Ortega reagiu classificando os EUA como “imperialistas” e “fascistas”. Ele também chamou os prisioneiros políticos de seu regime de “filhos da p*** dos imperialistas ianques”. As declarações ocorreram em discurso na Praça da Revolução, na capital, Manágua.