Como o líder venezuelano, Ortega se elegeu em pleito com denúncias de fraude e perseguição a opositores
O ‘ditador socialista’ da Venezuela, Nicolás Maduro, parabenizou nesta segunda-feira (8), o também ‘ditador socialista’ Daniel Ortega pela “grande vitória” nas eleições presidenciais de domingo (7), na Nicarágua, que não foram reconhecidas pela comunidade internacional, e exigiu dela respeito pelo país centro-americano.
“Tive uma boa conversa, há alguns minutos, com o presidente […] reeleito da Nicarágua, Daniel Ortega Saavedra. Grande vitória, impressionante vitória para […] Ortega, para a vice-presidente, Rosario Murillo. Falamos por cerca de 15 minutos. Eu pessoalmente transmiti a admiração do povo venezuelano pela Nicarágua”, disse Maduro em um evento de seu partido que foi transmitido em redes sociais.
O governante criticou o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, que disse que o que aconteceu no domingo na Nicarágua “não pode ser chamado de eleições”, descrevendo-as como “uma zombaria” ao povo, à União Europeia (UE), à comunidade internacional e à democracia. Albares também exigiu a libertação de figuras da oposição e de jornalistas detidos no país centro-americano.
Maduro classificou as declarações como “colonialistas” e exigiu que “a Nicarágua seja respeitada”, assim como a América Latina. Ele alegou que um suposto “lobby do Departamento de Estado dos Estados Unidos está em andamento contra a Nicarágua” e tentando fazer com que os governos do mundo “falem contra o povo da Nicarágua”, porque, em sua opinião, “falar contra as eleições nicaraguenses é falar contra o povo da Nicarágua”.
“A vontade política e soberana do povo nicaraguense, que saiu em massa para votar, deve ser respeitada”, declarou.
Ortega foi reeleito no domingo para seu quinto mandato de cinco anos e quarto consecutivo.
Alemanha, Colômbia, Costa Rica, Chile, Espanha, Estados Unidos, Panamá, Reino Unido, União Europeia (UE) e Uruguai foram os primeiros a desconsiderar as eleições nicaraguenses por falta de garantias após as prisões de sete pré-candidatos presidenciais da oposição antes do pleito.
Por outro lado, países aliados da Nicarágua, como Bolívia, Cuba, Irã, Rússia e Venezuela, parabenizaram Ortega por sua “legítima” reeleição.