Bolsonaro: ‘Moro sempre teve um propósito político, mas fazia de forma camuflada’

Em entrevista à Jovem Pan, presidente volta a falar em privatização da Petrobras e defende PEC dos Precatórios

O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta segunda-feira, 8, em entrevista à Rádio Jovem Pan de Curitiba, a possível candidatura do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro ao Palácio do Planalto em 2022. Segundo o chefe do Executivo, a entrada na política partidária — ele anunciará sua filiação ao Podemos no dia 10 — revela que Moro sempre teve interesses político-eleitorais.

“Você começa a entender o que eu passei com o ministro Sergio Moro. Ele sempre teve um propósito político. Nada contra, mas fazia aquilo que forma camuflada”, disse Bolsonaro. “[Moro] Tinha intenção de ir ao Supremo [Tribunal Federal]. No primeiro momento, achei justa a intenção dele. Depois passei a conhecê-lo um pouquinho melhor”, completou.

Petrobras

Na entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro reiterou as críticas à série de reajustes nos preços dos combustíveis e voltou a defender a privatização da Petrobras.

“A gasolina sai R$ 2,30 na refinaria. Ao longo do percurso, tem lá o que se paga para os transportadores, a margem de lucro, o imposto federal de 74 centavos e o ICMS, que é três vezes isso. O ICMS não incide sobre o preço da gasolina na refinaria, mas na bomba. Isso está errado”, criticou o presidente. “Para mim, o ideal é você ficar livre da Petrobras. Logicamente privatizá-la, mas para muitas empresas. Não é tirar do monopólio estatal e passar para o monopólio privado. Tem que fatiar isso daí.”

PEC dos Precatórios

Bolsonaro também falou sobre a aprovação, em primeiro turno, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios pela Câmara dos Deputados. O texto deve ser votado em segundo turno nesta semana. Caso aprovado pelo Congresso, o projeto abrirá espaço no Orçamento para garantir, por exemplo, o pagamento do Auxílio Brasil até o fim de 2022.

“[A PEC] Foi votada em primeiro turno na Câmara. Passou o parcelamento dos Precatórios, não é calote”, afirmou. “Acho que passa no segundo turno. Vamos ter problemas no Senado. O Brasil, que no corrente ano projeta um excesso de arrecadação em R$ 300 bilhões, não pode destinar mais R$ 30 bilhões para esses mais necessitados?”, questionou Bolsonaro.

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