Piloto de avião que levava Marília é enterrado em Brasília

Geraldo Martins foi sepultado no cemitério Campo da Esperança

O corpo do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, que comandava o avião que levava a cantora Marília Mendonça e caiu na última sexta-feira (5), foi sepultado na manhã deste domingo (7) no cemitério Campo da Esperança, em Brasília (DF).

O sepultamento ocorreu por volta de 11h30, com a presença de familiares e amigos, que se despediram cantando músicas como Andanças, de Beth Carvalho.

Medeiros Júnior pilotava um avião de pequeno porte e decolou de Goiânia (GO) com destino a Caratinga (MG), onde Marília teria uma apresentação na noite de sexta. Os cinco a bordo morreram.

A cantora foi enterrada ontem em Goiânia, junto com o tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho. O produtor Henrique Ribeiro, que também estava no avião, foi enterrado em Salvador (BA) e o copiloto Tarcísio Pessoa Viana será enterrado neste domingo (7) em Taguatinga (DF).

A professora e advogada Euda Dias, ex-esposa do piloto, disse que a família sabia que Medeiros Júnior estaria trabalhando para a cantora naquele dia e, por isso, ficou apreensiva ao ouvir as notícias sobre a queda do avião de Marília Mendonça.

– A Vitória [filha do piloto] sabia para quem ele estava voando. E a TV divulgou que o avião da Marília Mendonça tinha caído. Ficamos em choque, ninguém acreditou. A gente ficou pedindo a Deus que fosse mentira, que tivesse sobrevivente Ele era um piloto muito experiente.

Segundo ela, a filha preferiu não comparecer ao velório. Na manhã de sábado (6), Vitória Medeiros postou uma homenagem ao pai.

– Meu maior medo era te perder. Agora já não tenho mais medo de nada. Estamos juntos sempre.”

Medeiros Júnior é descrito por Euda como alguém “apaixonado” pelos filhos e pela profissão.

– Ele largava qualquer coisa para fazer um voo. Ele era meu melhor amigo. Perdi minha pessoa no mundo – diz. Apesar da separação, ela afirma que tinha uma boa convivência com o ex-marido.

Um dos irmãos do piloto, o profissional autônomo Antônio Helder Medeiros também afirma guardar boas lembranças de Júnior, como era conhecido.

Ele era o terceiro de quatro filhos, nascido em Floriano, no interior do Piauí, e criado em Brasília. Permaneceu na capital federal mesmo quando os pais se aposentaram em 1992 e retornaram com parte da família ao Piauí. Seu sonho era estudar aviação.

– Ele sempre gostou da sensação de liberdade, fez curso de paraquedismo, depois como piloto privado. Só temos que agradecer por ele ser nosso irmão, nosso companheiro, nosso amigo – destacou o irmão.

Segundo os familiares, Medeiros Júnior tinha cerca de 30 anos de experiência como piloto e chegou a fazer carreira na aviação comercial. Aposentou-se, mas voltou a atuar na profissão e, mais recentemente, pilotou diversos voos para levar insumos, oxigênio e vacinas até Manaus (AM), uma das cidades mais atingidas pela Covid-19 no país.

Foi um período de trabalho intenso, diz o irmão.

– Ele foi uma pessoa muito presente na família, um cidadão de bem, aquela pessoa que inspira gratidão e prontidão. Um pai muito presente na família, aquela pessoa que está pronta para tudo – afirma Antônio.

Medeiros Júnior estava de férias quando precisou atender ao voo da cantora Marília Mendonça. Segundo Antônio, outros dois pilotos da empresa para a qual o irmão trabalhava, a PEC Taxi Aéreo, pediram demissão.

– Ele teve que ir fazer esse voo – diz.

O avião caiu a cerca de quatro quilômetros do Aeroporto Regional de Ubaporanga, em uma cachoeira próxima ao município de Caratinga, no interior de Minas Gerais.

Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), unidade da Força Aérea Brasileira (FAB) responsável por investigar acidentes e incidentes de aviação, ainda apuram as causas da queda, mas já se sabe que a aeronave colidiu com fios de alta tensão antes de cair.

Fonte: Pleno News

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