Bolsonaro diz que há um Plano B para financiar o Auxílio Brasil

Declaração foi dada pelo presidente a jornalistas na Itália

Um dia após o novo secretário de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, afirmar que a equipe econômica não tem um plano B para o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400 que não seja a aprovação da PEC dos Precatórios, o presidente Jair Bolsonaro disse, em Roma, que o governo trabalha sim com alternativas caso o Congresso não aprove o projeto.

“Sou paraquedista, sempre tenho um paraquedas comigo, mas com muita responsabilidade (…) Quem raciocina e tem inteligência sempre tem um plano B”, afirmou o presidente durante entrevista em frente à embaixada brasileira em Roma ao lado do ministro da Cidadania, João Roma.

A prorrogação do auxílio emergencial seria uma das alternativas para garantir um pagamento maior às famílias mais pobres. O Ministério da Cidadania já confirmou que o reajuste no Bolsa Família será para R$ 240 em novembro e o governo conta com a aprovação da PEC dos precatórios para fazer um pagamento maior a partir de dezembro.

“[A não aprovação da PEC até agora] é lógico que preocupa, o ano está acabando. Os precatórios chegaram a R$ 90 bilhões e consomem todos os recursos nossos. Se pagar essas dívidas os ministérios ficarão sem recursos em 2022”, afirmou o presidente.

Bolsonaro disse lamentar as imagens de pessoas pegando ossos em um caminhão para se alimentarem e reforçou com isso a necessidade de entregar um programa social reforçado.

“Se não atendermos 17 milhões de pessoas pobres, o que pode acontecer? (…) Quando falamos em dobrar o valor do Bolsa Família, dizem que vamos furar o teto de gastos. No ano passado foram R$ 700 bilhões além do teto. Esse ano, com a questão dos precatórios, não furaremos o teto. É muita responsabilidade da equipe econômica conosco”, destacou.

O presidente ainda reclamou da reação do mercado quando ficou claro que o governo iria alterar a regra do teto de gastos para abrir mais espaço no orçamento para o programa social – que levou à disparada do dólar e dos juros.

“O mercado tem que entender que se o Brasil for mal eles vão se dar mal também. Estamos no mesmo time, o mercado toda vez nervosinho atrapalha em tudo o Brasil. Eu não influenciei negativamente na economia, eu não fechei nada no Brasil”, rebateu.

Fonte: AE

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