Facebook e Instagram derrubam live de Bolsonaro sobre vacina

Presidente citou artigo que relaciona o imunizante contra Covid à Aids

Em uma ação inédita, o Facebook e o Instagram retiraram do ar neste domingo (24) a live da última quinta-feira (21) do presidente Jair Bolsonaro. Na transmissão, o chefe do Executivo havia divulgado uma notícia que associava a vacina contra a Covid-19 à Aids, doença transmitida pelo vírus HIV.

A referida matéria falava especificamente sobre um estudo feito no Reino Unido. Bolsonaro disse que não leria a íntegra da notícia para não sofrer sanções das redes sociais.

“Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados (15 dias após a segunda dose) estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids) muito mais rápido que o previsto. Recomendo que leiam a matéria. Não vou ler aqui porque posso ter problemas com a minha live”, disse o presidente.

A OMS já negou a relação da vacina com a transmissão do vírus da Aids e reforçou a necessidade de os portadores da doença se vacinarem contra a Covid.

A negativa da organização foi em resposta a um estudo da revista científica The Lancet, de outubro de 2020. O estudo dizia que, para alguns pesquisadores, algumas vacinas contra a Covid-19 usam um adenovírus específico no combate ao vírus SARS-CoV-2, podendo aumentar o risco de que pacientes sejam infectados com HIV, o vírus da Aids. Para isso, a pessoa precisa ser exposta ao vírus.

Esta é a primeira vez que a companhia de Mark Zuckerberg tira do ar uma live semanal de Bolsonaro. Anteriormente, o Facebook só tinha removido uma publicação do presidente feita em março de 2020 em que ele citava o uso de cloroquina para o tratamento da Covid-19 e defendia o fim do isolamento social.

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