Objetivo é impedir que investigação atinja comando do grupo
O Comando Vermelho, maior facção criminosa do estado do Rio de Janeiro, teria feito ameaças ao governo em retaliação à investigação da Polícia Civil sobre o desaparecimento dos três meninos de Belford Roxo.
De acordo com o repórter Rodrigo Viga, da Jovem Pan, a ameaça prometia “parar o estado” por meio de rebeliões, motins, ataques a instituições públicas, incêndios e assassinatos. A situação ficou tão grave que o governo considerou a ideia de pedir ajuda de tropas federais, caso a ameaça seja cumprida.
O cenário de tensão que poderia desencadear uma guerra civil no estado ocorre porque a apuração da Polícia Civil apontou que Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12, foram assassinados no fim do ano passado após um suposto envolvimento no sumiço de uma gaiola de passarinho.
Em paralelo com a investigação, a facção estaria trabalhando em uma série de queimas de arquivos. Ao menos cinco integrantes do Comando Vermelho teriam sido mortos recentemente para impedir que as investigações cheguem até a cúpula que comanda o grupo criminoso.
Na última quinta-feira (14), a polícia prendeu o traficante Anderson Luis da Silva, conhecido como Bambam, apontado como um dos envolvidos no desaparecimento das crianças. Bambam também teria torturado um homem ao lado de outros 10 traficantes na comunidade do Castelar e obrigado moradores a levá-lo até a 54ªDP de Belford Roxo com pés e mãos amarrados, além de um cartaz de papelão com o seguinte texto: “Suspeito do desaparecimento das três crianças pego por moradores do Castelar”.