‘67% destes pescadores não sabem diferenciar um camarão de uma baleia’, afirmou ao Direto ao Ponto, da Jovem Pan
O secretário da Aquicultura e Pesca, Jorge Seif, disse nesta segunda-feira, 18, que, ao longo dos anos, o seguro-defeso, benefício de acesso ao seguro-desemprego do pescador artesanal, transformou-se em “moeda de troca” por votos.
“A Controladoria-Geral da União já fez diversas auditorias e constatou que 67% destes pescadores não sabem diferenciar um camarão de uma baleia, ou seja, nunca pisaram um pé na água”, disse em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan.
Seif lembra que, em 2006, os cerca de 300 mil beneficiários do programa custavam R$ 600 milhões aos cofres públicos. Hoje, são 750 mil beneficiários, que custam R$ 3,5 bilhões.
O benefício, criado em 1991, busca garantir uma renda mínima para os pescadores artesanais para que eles não exerçam suas atividades por quatro ou cinco meses, durante a piracema, o período de reprodução de determinada espécie.
“A ideia original do defeso acho que é muito positiva; no entanto, ao longo dos anos acabou se transformado em uma moeda de troca para votos”, pontuou o secretário.
Fraudes
Seif afirmou que o governo está trabalhando para coibir fraudes e citou que em 2019 a Secretaria da Aquicultura e Pesca participou de um grupo com a Polícia Federal e diversos órgãos competentes para lidar com ações fraudulentas no setor. Como resultado, foram descredenciados cerca de 55 mil pessoas. “Já economizamos para o pagador de impostos mais de R$ 250 milhões por ano e seguimos com este trabalho”.