Corporação abriu uma sindicância contra o sargento
O sargento da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP), Renato Kenjiro Tamaki, de 41 anos, tornou-se alvo de uma investigação interna da corporação após ter publicado um vídeo chamando apoiadores do presidente Jair Bolsonaro de “cornos”.
O vídeo, filmado pelo próprio policial, foi publicado na véspera do feriado de 7 de setembro, data marcada pelas manifestações favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro. Tamaki disse que o evento reuniria “a maior concentração de cornos por metro quadrado do planeta Terra”.
“É fácil identificar essa “cornaiada” aí: Eles vão estar todos lá gritando “mito, mito”, e os que vão de moto vão ficar assim: “Bi-bi-bi-bi-bi mito”. E é tudo um bando de corno conformado: conformado com o preço da gasolina, conformado com o preço das coisas no mercado, conformado com o preço da conta de luz… O cornão está tomando no lombo e está gritando “mito” lá”, diz o PM no vídeo.
O sargento ainda pede a quem estivesse vendo o vídeo que não participasse das manifestações, afirmando que deveria ser celebrado “o dia da Independência do seu país, não a celebração da cornaiada”.
O policial foi transferido do município de Barueri para Carapicuíba e, posteriormente, para o distrito de Caucaia do Alto, no município de Cotia. A região fica a mais de 40 km de Santana de Parnaíba, cidade onde mora Tamaki. A corporação informou ainda que foi instaurada sindicância interna para investigação.
Este foi o segundo vídeo de Tamaki neste sentido. No primeiro, publicado em 5 de setembro, o PM critica manifestantes que pedem intervenção militar e argumenta que “quanto mais vocês pedem isso aí, mais a nossa economia anda para trás” e que a diferença entre esses manifestantes e os petistas “é só a cor da camiseta; o cérebro continua do tamanho de uma pulga”.
Em nota, a PM confirmou que o sargento foi transferido e disse que, ao fim da sindicância, “poderá ensejar punição administrativa de repreensão à permanência disciplinar”.
A corporação reforçou ainda que “a Polícia Militar é uma Instituição de Estado que age de forma rigorosa quando seus integrantes infringem as normas e regulamentos internos. Tanto assim que, diferentemente do alardeado por parte da imprensa, não houveram ocorrências envolvendo policiais militares da ativa (de folga) nas manifestações públicas de 7 de setembro, 12 de setembro e de 2 de outubro”.