No último domingo (12), as Ilhas Faroe, na Dinamarca, foram palco de uma massacre brutal que vitimou 1.428 golfinhos e deixou as águas da praia de Skálabotnur vermelhas com o sangue dos animais.
De acordo com o Sea Shepherd, organização de conservação marinha que luta contra a caça tradicional, foi a “maior matança individual de golfinhos ou baleias-piloto na história das ilhas”. As imagens registradas pela ONG mostram homens dando facadas nos bichos enquanto estes se debatem até a morte.
Intitulada “Grind”, a prática é considerada tradicional na região, mas este ano ela gerou repulsa até mesmo nos moradores mais tradicionais da ilha e defensores da caça, segundo informações do jornal The Guardian.
O presidente da associação de caça do local, Heri Petersen, disse que grande parte dos golfinhos foram levados, de uma longa distância, até a beira da praia, onde foram assassinados por poucas pessoas, fato que prolongou a agonia dos animais por várias horas.
“Estou chocado com o que aconteceu. Os golfinhos ficaram na praia se contorcendo por muito tempo antes de serem mortos’, relatou.
Para o presidente da Associação Faroese de Caça, Hans Jacob Hermansen, o caso ajudará a “destruir todo o trabalho” que fizeram “para preservar a caça tradicional”, disse à emissora local Kringvarp Foroya.
Diversos espectadores vão até a costa no dia do Grind para assistir ao abatimento dos animais e compartilhar a carne de pesca entre as famílias e moradores locais. Após o massacre deste ano, um dos habitantes locais disse ao jornal dinamarquês Ekstra Bladet que não há como os moradores consumirem tanta carne de golfinho.
“Meu palpite é que a maioria dos golfinhos será jogada no lixo ou em um buraco no chão. Devemos ter cotas por distrito e não devemos matar golfinhos”, afirmou.