Kakay é conhecido por defender políticos acusados de crimes de colarinho branco
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, consultou o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, sobre possíveis mudanças nas leis a partir do relatório da final da CPI.
Entre as mudanças defendidas por Kakay, famoso por representar políticos acusados de corrupção, entre eles José Dirceu (PT), José Sarney (MDB) e Aécio Neves (PSDB), está o fim dos “poderes imperiais”, conferidos ao presidente da Câmara dos Deputados e ao procurador-geral da República, que podem arquivar, por exemplo, o parecer elaborado em uma CPI.
“Achei democrática, responsável, coerente a atitude do Renan, enquanto relator da CPI. Reafirmei a ele a importância de propor mudanças legislativas, uma das funções da CPI, para retirar das mãos do presidente da Câmara e da PGR os poderes imperiais que definem se o relatório final será simplesmente arquivado ou se o plenário da Câmara terá a última palavra sobre o possível crime de responsabilidade”, observou Kakay.
A previsão para a entrega do relatório da CPI da Covid é até o fim deste mês. Senadores da oposição acreditam que o texto final tem potencial “muito forte” em uma eventual abertura de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.
Já senadores da base governista, como o senador Marcos Rogério (DEM-RO), acusam a cúpula da comissão de “não investigar corrupção de verdade”, e sim trabalhar “em cima de narrativas”.