Nunes analisa jogo político de Bolsonaro: ‘Não se trata de recuo’

Jornalista sugere: “Não se precipite nas conclusões”

Após repercussão de comunicado divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira (9), o jornalista Augusto Nunes fez um alerta aos que se mostraram frustrados com um suposto “recuo” de Bolsonaro em relação ao STF. Durante transmissão do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan Nunes pediu que não haja precipitação.

“Vou fazer uma sugestão a quem está muito desconfortável: não se precipite nas conclusões. Um acordo implica concessões dos dois lados. Nenhum presidente da República, cercado por todo tipo de cafajeste e inimigo, pode brigar em várias frentes. Isso [é o] que queriam os seus inimigos. Quem se precipitar pode descobrir amanhã que esta fazendo o mesmo discurso dos inimigos”, iniciou o jornalista.

Nunes elucidou o jogo político de Bolsonaro, apontando que foi provado o tamanho do apoio popular que o chefe do Executivo possui.

“O Brasil mostrou que não falta povo para o presidente. Ele [Bolsonaro] nunca quis fechar o Supremo. Ele está preocupado com o comportamento de alguns ministros. Como dizia Tancredo Neves, ‘deixa abaixar a espuma para ver o que foi provocado no rochedo pelo bater das ondas’”, disse Nunes.

O jornalista apontou também que narrativas de que Bolsonaro “recuou” ou “se rendeu” são manchetes de jornais como a Folha de S.Paulo e o Estadão e que a tese do “Bolsonaro golpista” não poderá mais ser sustentada.

“Está claro que, se há algum golpista em ação, não é o presidente, pois ele quer o cumprimento da Constituição. Não se trata de recuo do presidente; é um acordo. Espere para ver o que vai acontecer. A conversa do “Bolsonaro golpista” acabou. Não dá mais para continuar, mas os jornais vão continuar”.

Nunes conclui dizendo ter certeza de que a atitude do presidente foi sensata e lúcida e que terá como resultado possíveis concessões do STF.

“Governar não é fazer um permanente enfrentamento político. Não tenho duvidas de que Bolsonaro vai conseguir concessões do Supremo. Agiu com lucidez e sensatez. O objetivo do Bolsonaro é conseguir que o Congresso e o Supremo hajam de determinada maneira, e não como fazem hoje. E ele vai conseguir”, concluiu.

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