É a primeira manifestação pública do tucano a favor do afastamento do presidente da República
Ex-aliado transformado em um dos principais adversários políticos de Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu nesta terça-feira, 7, pela primeira vez de forma pública, o impeachment do presidente da República.
A declaração foi dada durante entrevista coletiva na sede do Centro de Operações da Polícia Militar, onde o tucano monitorava as manifestações de apoio a Bolsonaro que aconteceram hoje na Avenida Paulista.
Nesta terça, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, convocou reunião extraordinária da Executiva do partido justamente para discutir o impeachment.
“Eu não faço parte da Executiva Nacional do PSDB. Não me cabe participar dessa reunião. Mas já me manifestei e reproduzo aqui a minha posição: o PSDB, o partido pelo qual eu fui eleito para governador de São Paulo, o Estado mais imensamente habitado e a maior força econômica do país, deve se posicionar pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. O PSDB deve se preservar como um partido de oposição ao presidente”, disse Doria.
“Eu, até hoje, nunca havia feito nenhuma posição pró-impeachment. Eu me mantive na neutralidade, entendendo que, até aqui, os atos deveriam ser julgados e avaliados pelo Congresso. Mas o presidente claramente afronta a Constituição, desafia a democracia e empareda a Suprema Corte brasileira”, prosseguiu o governador paulista. “O volume de crimes já cometidos pelo presidente da República na manifestação de hoje é mais do que suficiente para justificar, se não for um novo pedido, os mais de 130 pedidos que adormecem na mesa do presidente da Câmara Federal.”
Doria quer ser candidato à presidente em 2022
Em pesquisas recentes para as eleições de 2022, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, são os dois possíveis candidatos à Presidência da República com maior rejeição.