Cantor português que estava na frente do hotel onde Kevin estava disse que o cantor chegou a pedir socorro
Uma nova testemunha que teria visto o momento da morte do cantor MC Kevin, no dia 16 de maio deste ano, trouxe informações inéditas sobre o caso que podem alterar os rumos da investigação.
O cantor português Fernando Dimmy Jr., que ficou hospedado no hotel em frente ao local onde o funkeiro estava, diz que o MC Kevin parecia ter sido induzido a mudar de andar para fugir da mulher.
Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da RecordTV, Fernando afirmou ter presenciado todo o desenrolar da trágica morte do funkeiro, desde o momento do ato sexual na varanda até a posterior queda do cantor do 5° andar do hotel onde ele estava hospedado, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
“Eu estava exatamente na varanda com a minha irmã. Tava no sexto andar. Bem, eu estava à espera [de] que a minha irmã subisse para o meu quarto porque ela também disse que queria me fazer uma companhia. E, depois de um tempo, ela estava na varanda e gritou: “Vem ver aqui atos sexuais à distância”. Então, eu vi o que era para ver”, relatou.
De acordo com Fernando, Jhonatas Cruz, amigo de Kevin, foi ao local para tentar participar do ato sexual, mas foi impedido pelo funkeiro. Entretanto, em determinado momento, Jhonatas teria voltado bruscamente e dito a suposta frase “moiô, moiô, tio”.
“Foi uns 10 minutos antes da queda, se não me engano. Bem, é aí onde entra o Jhonatas. Ele entrou a querer, se calhar, insistir em querer participar do ato sexual. Bem porque ele [Jhonatas] entrou a primeira vez, o MC Kevin levantou a mão como se estivesse a expulsar o Jhonatas do quarto. Da primeira vez, deu a entender isso. Que ele entrou no banheiro, eu não posso dizer que sim ou não, porque, aparentemente, ninguém foi ao banheiro. Na terceira vez que o Jhonatas voltou a entrar foi de uma maneira muito brusca e, com certeza, seria o momento em que disse a suposta frase “moiô, moiô, tio””, relatou.
Fernando Dimmy disse então que entendeu que MC VK, que afirmou à polícia que estava saindo do banheiro no momento do acidente, incentivou Kevin a se pendurar no local devido à suspeita de que sua mulher, Deolane Bezerra, estaria no prédio.
“Na forma que o Jhonatas entrou, foi se movimentando muito, como se fosse um louco e como se quisesse assustar os que estavam lá no quarto. E o MC VK levantou da cama e movimentou os braços como de uma forma assustadora que deu, aí sim, exatamente, a entender que o VK estava a incentivar ou assustar o Kevin a ir a algum lado”, disse.
Fernando Dimmy também detalhou que MC VK ouviu pedidos de socorro de Kevin quando estava pendurado no parapeito do prédio. Entretanto, ele não teria feito nada para ajudar o cantor, e a queda então aconteceu logo na sequência.
“Tenho certeza do que eu estou falando. Deu a entender que o MC VK estava a incentivar o Kevin, que era para se pendurar naquele local. Que o Kevin largou a mão direita e ficou somente apoiado com a mão esquerda. E ali deu claramente a ouvir o que estava a dizer. Ele estava a pedir que o VK ajudasse ele”, afirmou.
E prosseguiu: “Sim, eu entendi [que Kevin pediu ajuda], porque ele [Kevin] gritou mesmo, que deu para ouvir onde eu estava. Ele disse “me ajuda, me ajuda!”. Então, mesmo assim, o VK parece que estava a incentivar ele para ir para o andar de baixo ou largar. Depois de ter gritado e não ter conseguido ficar apoiado no parapeito da varanda, ele [Kevin] já quando estava a cair, ele [VK] antes deu um chute, como se fosse um chute no parapeito. Ele [Kevin] foi se distanciando um pouco do edifício. Foi aí quando eu dei conta daquilo que estava acontecer, que ele estava realmente a cair, que ninguém estava a ajudar”, declarou.
O mesmo relato descrito pelo cantor português ao Domingo Espetacular também foi feito por Dimmy para o advogado da garota de programa Bianca Dominguez, Danilo Garcia de Andrade. O artista europeu, porém, ainda não fez o envio de documentos que comprovassem a sua presença no local no dia da morte de MC Kevin.
“Ele nos parece uma pessoa idônea, do ponto de vista de suas alegações. Elas são calmas. Mas ele não nos enviou nenhum documento como passaporte pra que nós pudéssemos comprovar realmente que ele estava no dia diante dos fatos que ocorreram. Ele disse que estava indo para Dubai, mas por estar portando muito dinheiro teria sido preso”, declarou o advogado.
Bianca Dominguez, a mulher que estava presente no quarto no dia da morte do funkeiro, por sua vez, alegou ter se lembrado de novos detalhes da tragédia e enviou ao Ministério Público um complemento de seu depoimento dado à polícia. Ao Domingo Espetacular, o advogado da mulher afirmou que consumo de drogas e o choque com a morte do funkeiro afetaram a memória dela.
“Segundo os relatos de minha cliente, o MC Kevin e o MC VK discutiam a possibilidade de a senhora Deolane estar vindo no corredor do quarto 502… Ela não havia dito que essa discussão que ambos estavam em pé saindo para a varanda. E foi essa discussão acalorada, com gestos bruscos, que motivou o MC Kevin a passar a sua perna para fora da varanda. Talvez numa tentativa de passar para o andar de baixo ou talvez apenas ficar pendurado. Isso nos coloca que não foi apenas um acidente, mas quem vai dizer que foi ou não um acidente é a polícia e o Ministério Público”, disse o advogado.
Procurado, o advogado de MC VK, Eduardo Fonseca, afirmou que o músico “figura nesse inquérito na condição de testemunha e jamais investigado. Portando, se existem novos elementos, cabe ao Ministério Público dar o seguimento e entender com a forma que condiz o direito”.
Já a defesa de Jhonatas afirmou que as novas falas de Bianca são vagas e imprecisas, “cabendo à autoridade policial acareações com a senhora Bianca e o senhor VK para coletar os seus depoimentos”. Por fim, a defesa diz reiterar que Jhonatas não estava no local da queda quando o fato ocorreu.