O incêndio de Borba Gato e o aplauso fanático dos jornalistas

O ódio a Jair Bolsonaro, cada vez mais primitivo, está definitivamente mexendo com os circuitos mentais dos profissionais de imprensa

Uma das facções terroristas que faz parte do movimento de esquerda, e que tem se mostrado cada vez mais violenta nas últimas manifestações de rua “em defesa das eleições de 2022”, a favor de “Lula presidente” e em prol da “democracia” em geral, incluindo-se aí a “vacinação para todos” e o “fora Bolsonaro”, deu um upgrade em si mesma. Até o momento quebravam vidraças, destruíam bancas de jornal e atacavam ônibus, entre outros atos de baderna. Agora, em sua última obra, resolveram tocar fogo na estátua de Borba Gato que há 64 anos se ergue brutalmente na confluência de duas avenidas do bairro de Santo Amaro, onde se tornou um dos mais conhecidos símbolos de toda a cidade de São Paulo.

O Borba Gato, com seus treze metros de altura e seu revestimento de pedras coloridas, é tido como um dos monumentos públicos mais feios do Brasil, e possivelmente do mundo — um eterno motivo de piada entre os paulistas e, ao mesmo tempo, um ponto de referência que faz inveja a qualquer Waze ou Google Maps que você pode encontrar por aí; é impossível não ver o Borba Gato. É discutível, também, o seu status como coisa horrível. E o Museu da Escultura? E o Hotel Unique? E a Avenida Berrini? É uma discussão que não acaba mais. O certo é que não se pode tocar fogo nas coisas por motivos estéticos, mesmo em causas de pureza extrema como as atuais manifestações em favor da “democracia”. Ou agora é permitido — se Borba Gato for carimbado como “genocida” e amigo de Bolsonaro, como tanta gente fina comemorou na esquerda nacional, vale destruir a estátua do homem?

A estupidez da agressão, em si, não é o pior da história; os ativistas e militantes que atacaram o Borba Gato são criminosos, só isso, e o fato de estarem dentro do “campo democrático” não os absolve dos seus crimes. O pior, de um lado, é o aplauso fanático que recebem de cabeças dadas oficialmente como campeãs do pensamento esquerdista. De outro, é a cumplicidade agressiva que tem despertado na mídia, empenhada, em todos os casos desse gênero, em dizer que tudo foi feito de “forma pacífica”, “sem violência” e mais uma porção de despropósitos — um processo onde fica claro que ninguém foi capaz de pensar 30 segundos sobre o que se estava dizendo ao público.

“Incêndio prossegue de forma pacífica”, com todos “usando máscaras”, afirmou uma emissora de televisão. Melhor do que isso não fica, não é mesmo? Já se ouviu locutores dizerem no ar que “infelizmente” havia uma “notícia boa” a ser dada. Agora aparece o “incêndio pacífico”. O ódio a Jair Bolsonaro, cada vez mais primitivo, está definitivamente mexendo com os circuitos mentais dos jornalistas. Não há nenhum sinal de que o fenômeno venha a ser controlado em breve.

Por J. R. Guzzo

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