Vandalismo ocorreu durante protestos contra o presidente Jair Bolsonaro
Cerca de 20 pessoas atearam fogo em pneus na base da estátua do Borba Gato, na Zona Sul de São Paulo, no início da tarde deste sábado (24). De acordo com a Polícia Militar, o monumento foi danificado. Ninguém foi detido.
Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi enviada ao local às 14h06 e o fogo foi extinto rapidamente. Não houve registros de feridos ou qualquer outro incidente.
Uma publicação do grupo esquerdista Mídia Ninja atribuiu o vandalismo ao coletivo “Revolução Periférica”.
A estátua é alvo de reiterados protestos nos últimos anos. Nas redes sociais, o incêndio levantou novamente a discussão sobre o papel de Borba Gato na escravidão de índios e negros no Brasil.
Em seu Instagram, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub condenou o ato e alertou para o que chamou de “terrorismo”.
“Os TERRORISTAS vão arrombar a porta da sua casa. Não adianta ser bonzinho ou buscar um acordo! Fizeram isso em todos os países. Temos que enfrentar essa tigrada! ACORDEM! Agora, o atentado TERRORISTA foi em São Paulo, próximo de minha casa. Vai piorar!”, escreveu.
QUEM FOI BORBA GATO
Borba Gato foi um bandeirante paulista que no século 18. Atualmente, o papel desses pioneiros na interiorização do país é conhecido e a condição de símbolo do Estado é questionada.
Os bandeirantes eram homens que trabalhavam na região Sudeste com a exploração de minérios, escravização de indígenas e captura de escravos fugitivos no século 17. São Paulo estava na margem da colônia brasileira; foi, por muito tempo, uma região indígena e jesuítica, e veio a se urbanizar com maior intensidade apenas no final do século 19.
A estátua que representa o bandeirante Manuel de Borba Gato está situada entre as Avenidas Santo Amaro e Adolfo Pinheiro, também na Zona Sul. A peça de cerca de 13 metros de altura, contando o pedestal, esculpida em argamassa e trilhos, foi criada por Júlio Guerra (1912-2001) e concluída em 1963.