Renan Calheiros quer ex-cunhada de Bolsonaro na CPI

Senador quer investigar se houve prática de “rachadinha” na compra de vacinas

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, afirmou que tem interesse em convocar Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro, para prestar depoimento à comissão. Renan justifica o interesse afirmando que o objetivo da convocação é descobrir se “houve espelhamento do caso das rachadinhas na gestão da pandemia por parte do governo federal”.

“É fundamental a CPI convocar Andrea Valle, ex-cunhada de Bolsonaro. Ela pode explicar se houve espelhamento do esquema das rachadinhas no governo federal. Como se sabe Carlos Bolsonaro é peça fundamental no ministério paralelo e Flávio Bolsonaro um influente filtro de indicações”, escreveu o parlamentar no Twitter.

Ainda segundo Calheiros, a intenção com a possível convocatória não é “incriminar”, mas “esclarecer fatos”.

“A oitiva dela não é para incriminar, mas para esclarecer fatos relacionados a presença dessas pessoas no governo. Ela cita um coronel reformado. São muitos os indícios e testemunhos da participação de militares em irregularidades com as vacinas Covaxin e Astrazeneca”, argumentou.

Já ao blog do jornalista Gerson Camarotti, do G1, Calheiros citou nominalmente os nomes dos filhos do presidente Bolsonaro.

“Quantos coronéis há no Ministério da Saúde? No gabinete, nesse esquema da rachadinha, foi um coronel. Quero saber se o senador Flávio influenciou nessas nomeações. E se o vereador Carlos teve influencia no gabinete paralelo. Por isso, quero convocar a Andrea”, disse.

O senador Flávio Bolsonaro, através de seus advogados, afirmou em nota que as gravações são “clandestinas” e não encontram amparo em uma “democracia saudável”. O senador disse ainda que as acusações de rachadinhas contra ele e sua família são “uma narrativa contra a família Bolsonaro”.

Senador Flávio Bolsonaro na CPI da Covid – Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

LEIA A NOTA DE FLÁVIO BOLSONARO NA ÍNTEGRA

Gravações clandestinas, feitas sem autorização da Justiça e nas quais é impossível identificar os interlocutores, não é um expediente compatível com democracias saudáveis. A defesa, portanto, fica impedida de comentar o conteúdo desse suposto áudio apresentado pela reportagem.

Sobre Andrea Siqueira Valle, a defesa afirma que ela trabalhou na Alerj e cumpria sua jornada dentro das regras definidas pela assembleia. Flávio Bolsonaro, nas suas atividades parlamentares, não tinha como função fiscalizar e orientar a forma como a servidora usufruía do seu salário.

No tempo em que foi deputado estadual, nunca recebeu informação ou denúncia de que havia qualquer irregularidade no seu gabinete ou em relação ao pagamento dos colaboradores. Portanto, não passa de insinuação e fantasia a ideia de que o parlamentar participou de qualquer atividade irregular. Esse é apenas mais um ingrediente na narrativa que tentam armar contra a família Bolsonaro. Flávio Bolsonaro confia na Justiça e tem a certeza de que a verdade prevalecerá.

COMPARTILHAR