Decisão do ministro do STF foi dada após o PT alegar que a realização do evento é uma medida “irresponsável”
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o presidente Jair Bolsonaro preste informações sobre realização da Copa América no Brasil em meio à pandemia de covid-19. O ministro destacou a “importância da matéria” e a “urgência do caso” em despacho proferido nesta terça-feira (1°).
A decisão foi dada após o Partido dos Trabalhadores alegar que a autorização para a realização da Copa América no país é uma medida “irresponsável e inconstitucional”, pedindo que o governo federal seja impedido de assinar contratos e protocolos com a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) ou com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O PT pediu que o Supremo intime Bolsonaro e os ministros da Casa Civil, da Saúde, das Relações Exteriores e do Secretaria Nacional do Esporte a prestar esclarecimentos sobre o processo administrativo instaurado a fim de se aferir a condição de o país sediar evento esportivo internacional, como a Copa América.
Além disso, pediu que os prefeitos das cidades que eventualmente vierem a ser indicadas como sede das partidas, bem como governadores dos respectivos Estados e Distrito Federal, demonstrem as condições da estrutura do sistema de saúde “a afirmar se estariam aptas ou inaptas a receber o evento esportivo”.
O anúncio de que o Brasil vai sediar a competição, marcada para os dias 13 de junho a 10 de julho, foi feito nesta segunda pela Conmebol. O dirigente da confederação, Alejandro Dominguez, chegou a agradecer o presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.
– Quero agradecer muito especialmente ao presidente Jair Bolsonaro e a seu gabinete por receber o torneio de seleções mais antigo do mundo. Igualmente meus agradecimentos vão para o presidente da CBF, Rogério Caboclo, por sua colaboração – escreveu.
Apesar do comunicado, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, não deu como certo que o país receba a competição e disse que a condição estabelecida pelo governo brasileiro para sediar o evento foi que os jogos aconteçam sem torcidas e que todos os integrantes das delegações estejam vacinados.