Diretor do Butantan repete alegação do chefe João Doria, já desmentida pelo embaixador da China
Em depoimento à CPI da Pandemia, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a produção de vacinas contra a Covid-19 ficou “prejudicada” no país devido a atritos do governo federal com o governo chinês.
Essa alegação tem sido desmentida reiteradamente pelo embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming, a mais recente delas há duas semanas, durante reunião com o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), correligionário de Doria e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
Dias antes da reunião com o parlamentar, o diplomata se reuniu com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, embaixador Carlos França, a quem informou que o Brasil é o destino de 80% do IFA, insumo básico para vacinas, produzido pelo seu país. O dado reforça a normalidade nas relações entre os dois países.
Dimas disse que Yang Wanming, embaixador da China no Brasil, relatou que o país asiático estava inconformado com algumas declarações feitas pelo presidente Bolsonaro e o chanceler brasileiro Ernesto Araújo. “O embaixador da China deixou muito claro que posições que são antagônicas, que desmerecem a China, causam inconformismo do lado chinês”, diz o diretor.
No momento, o Butantan distribui a vacina CoronaVac somente ao Ministério da Saúde, mas Dimas afirmou que o instituto já negocia o fornecimento do imunizante com outros países já a partir de outubro.