A terapia genética pode ajudar os portadores dessa condição a recuperarem a visão
Uma terapia genética conseguiu fazer com quem um homem cego voltasse a enxergar de formar parcial. Esse é o primeiro caso conhecido desse tratamento sendo aplicado e tendo um resultado positivo em uma pessoa sem visão.
O paciente de 58 anos sofria de retinite pigmentosa, uma doença hereditária que leva à perda da visão progressiva devido a mutações que causam danos nas células fotorreceptoras sensíveis à luz na retina.
A condição é considerada bastante rara e afeta cerca de 2 milhões de pessoas no mundo inteiro segundo estimativas. A terapia genética pode ajudar os portadores dessa condição a recuperarem a visão. É importante ressaltar, no entanto, que o tratamento ainda está em estágio inicial e só deve começar a ser aplicado com mais frequência daqui alguns anos.
O homem cego que voltou a ver tinha a capacidade de diferenciar a luz. Ou seja, não era capaz de enxergar, mas podia saber se estava em um local claro ou escuro. Com o tratamento, ele foi capaz de voltar a ver com um de seus olhos.
A técnica é chamada de restauração optogenética e usa um combinação de terapia gênica e pulsos de luz estimulando o olho. Apesar de não ser novo, é a primeira vez que o método é utilizado para recuperar a visão de um paciente com doença neurodegenerativa.
Como o homem cego voltou a ver?
“Apresentamos a primeira evidência de que a injeção de um vetor de terapia gênica de expressão de sensor optogenético combinada com o uso de óculos estimulantes de luz pode restaurar parcialmente a função visual em um paciente que tinha uma acuidade visual de apenas percepção de luz”, diz o estudo.
No estudo, o homem cego recebeu uma injeção intravítrea com um vírus adeno-associado em seu olho com pior visão. O objetivo foi infectar o tecido do olho com um vírus benéfico, cheio de proteínas sensíveis à luz, que reagiram ao tratamento com pulsos de luz.
“Os óculos estimuladores de luz capturam imagens do mundo visual usando uma câmera neuromórfica que detecta mudanças de intensidade, pixel a pixel, como eventos distintos”, completaram ainda os pesquisadores.
“Posteriormente, o paciente testemunhou uma grande melhora nas atividades visuais diárias, como detectar um prato, caneca ou telefone, encontrar um móvel em um quarto ou detectar uma porta em um corredor, mas apenas com o uso dos óculos”, finalizaram.