MPF quer que o governo reforce a segurança de jornalistas que cobrem o Palácio da Alvorada

Incrivelmente, o Ministério Público Federal (MPF) disse à Justiça que o Governo Bolsonaro precisa reforçar a segurança dos jornalistas que cobrem os atos públicos do presidente da República. “Há indicativos de que as providências adotadas no Palácio da Alvorada não estão sendo suficientes para garantir a segurança dos jornalistas e profissionais de imprensa”, afirmou o procurador da República, Paulo José Rocha Júnior.

A organização “Repórteres Sem Fronteira”, o Instituto Vladimir Herzog, a Federação Nacional dos Jornalistas e o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, entre outras entidades da sociedade civil abriram processo em virtude de supostas hostilidades cometidas por visitantes contra jornalistas que cobrem a portaria do Palácio da Alvorada.

Os “constantes constrangimentos impactam na liberdade de imprensa e de expressão”, completa o procurador. “Divididos por uma simples grade da claque aglomerada pela atenção do presidente, os jornalistas têm sido insultados, ironizados e agressivamente ameaçados”, escreve no documento Rocha Júnior.

O Governo Federal defendeu-se na Justiça e argumentou que não é função da segurança presidencial proteger jornalistas. “Se, diante de infrações de menor potencial ofensivo, os agentes de segurança presidencial fossem obrigados a intervir, com legítimo poder de polícia, na defesa dos jornalistas e representantes dos órgãos de imprensa, a segurança presidencial estaria comprometida”, declarou, acrescentando que adotou diversas medidas “para evitar o confronto entre visitantes e jornalistas”.

Além de reforçar a segurança, as entidades pedem que Bolsonaro seja condenado a pagar uma indenização de R$ 300 mil por considerar que ele é culpado, indiretamente, por criticar, publicamente, os jornalistas.

A presidência da República alegou que a postura crítica de Jair Bolsonaro em relação à imprensa não ultrapassa o limite da sua própria liberdade de expressão, “não sendo possível extrair da sua conduta qualquer lesão à liberdade de imprensa”.

O processo ainda não foi julgado.

Fonte: Folha

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