Estado alemão poderá colocar em isolamento infectados por coronavírus que negarem quarentena

Alojamento para refugiados em Dresden, na Alemanha, será convertido em local para isolamento de infectados por coronavírus que se recusarem a fazer quarentena

O estado da Saxônia, no leste da Alemanha, destinará um prédio para abrigar pessoas infectadas pelo coronavírus que se recusarem a entrar em quarentena, segundo relatos na imprensa local.

Uma lei do país de proteção contra infecções determina que quem descumprir regras sanitárias, como a ordem de ficar em quarentena após diagnóstico de Covid-19, pode ser obrigado a ficar temporariamente isolado em um hospital ou instalação semelhante.

O Ministério do Interior informou nesta sexta-feira que, na prática, o Departamento de Saúde responsável primeiro deve determinar a quarentena. Se a pessoa descumprir a determinação, recebe uma advertência. Em caso de nova oposição, multas são aplicadas. “Só então segue-se o processo judicial” que pode decidir pelo isolamento compulsório, que deve ser requisitado pelo Departamento de Saúde, disseram as autoridades à imprensa alemã.

O Ministério do Interior afirmou ainda que, até agora, nenhuma pessoa precisou ser isolada por ordem de um tribunal desde o início da pandemia.

A ministra da Saúde da Alemanha, Petra Köpping, afirmou, no início do ano passado, que essa medida coerciva deveria ser usada apenas em último caso e com decisão judicial.

De acordo com o Ministério do Interior da Saxônia, as novas instalações podem entrar em operação no final de janeiro, noticiou o Dresdner Neueste Nachrichten. O prédio, na cidade de Dresden, pertence a um conjunto de edifícios que foram construídos cinco anos atrás para abrigar refugiados mas nunca foram usados para esse propósito. Em vez disso, o prédio hoje é usado como tribunal pelo judiciário da Saxônia.

As autoridades de saúde da Saxônia disseram que os hospitais não poderiam ser usados para esse propósito porque estão sobrecarregados com doentes de Covid-19. Hospitais psiquiátricos e hotéis vazios também foram opções inicialmente consideradas e depois descartadas.

As prisões também foram descartadas, “porque os violadores de quarentena que são condenados a serem colocados em detenção compulsória não são criminosos condenados”, explicou a porta-voz do Ministério ao jornal local.

O projeto ainda precisa ser aprovado pelo governo do estado da Saxônia, que deve confirmar se as instalações são adequadas e garantem que os isolados tenham cuidados médicos e segurança. Caso o projeto seja aprovado, o prédio será usado exclusivamente para aqueles que se recusarem a entrar em quarentena.

Nessa sexta-feira, as mortes por Covid-19 na Saxônia ultrapassaram a marca de 5.000. Apenas nas últimas 24 horas, 209 óbitos foram registrados no estado de 4 milhões de habitantes, que tem visto um aumento das transmissões. Ainda segundo os dados mais recentes das autoridades de saúde locais, 2.521 pacientes de Covid-19 estão internados em hospitais no estado, 497 deles em unidades de tratamento intensivo. De acordo com o Robert Koch Institut, mais de 39 mil moradores da Saxônia já receberam uma dose da vacina contra a Covid-19.

Com informações da Gazeta do Povo

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