Levy Fidelix, presidente do partido de Mourão, morre aos 69 anos

Fundador do PRTB, Fidelix chegou a disputar a Presidência da República

Morreu na noite desta 6ª feira (23) o fundador e presidente do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Levy Fidelix, aos 69 anos, em São Paulo. A sigla é a mesma do vice-presidente da República, Hamilton Mourão. A causa da morte teria sido em decorrência de complicações ocasionadas pela covid-19. Ele deixa mulher e a filha, Livia Fidelix.

A morte de Fidelix foi confirmada pelo partido em um comunicado divulgado nas redes sociais do próprio político. Na mensagem, a diretoria da sigla o classifica como “eterno líder” e diz que ele “deixa comolegado o dinamismo, o bom combate, a criatividade, a honradez, a lisura em suas ações e a fé inabalável, que nortearam sua vida pública e privada”.

“Como um brasileiro notável, nunca se furtou aos grandes debates nacionais e de forma direta contribuiu para uma nação mais justa, defendendo a vida, as liberdades individuais e o equilíbrio entre passado, presente e futuro, em prol do bem comum. Descanse em paz homem do Aerotrem”, diz a postagem, fazendo referência ao transporte que era projeto de campanha e virou marca de Fidelix.

Trajetória

Mineiro de Mutum, Fidelix iniciou a carreira política em 1984, ajudando na fundação do PL. Em 1986, disputou sua primeira eleição para deputado estadual por São Paulo. Depois, chegou a candidatar-se também a deputado federal, mas não conseguiu ser eleito.

Em 1989, trabalhou na campanha de Fernando Collor à Presidência. Três anos depois, fundaria o PRTB, pelo qual disputaria, pela primeira vez, o cargo mais alto do país, em 1994.

Nos anos seguintes, concentrou sua trajetória em São Paulo, onde concorreu a prefeito, vice-prefeito, vereador, deputado federal e governador. Em 2010, voltou a disputar a Presidência da República, o que se repetiria em 2014 — desta vez, apostando em um discurso mais conservador.

Em 2018, chegou a colocar-se como postulante ao Planalto mais uma vez, mas retirou a candidatura para emplacar Hamilton Mourão como vice na chapa de Jair Bolsonaro. Com o apoio do então candidato Bolsonaro, Fidelix disputou novamente uma vaga na Câmara dos Deputados por São Paulo, mas acabou sendo derrotado pela oitava vez em pleitos.

Sua última campanha foi no ano passado, quando disputou a Prefeitura de São Paulo. Terminou na 11ª colocação — entre 12 candidatos deferidos –, tendo recebido 11.960 votos válidos, equivalentes a 0,22% do total.

Antes de entrar na política, Levy Fidelix atuou como jornalista, chegando a apresentar um programa sobre informática no SBT nos anos 1980.

Polêmica

Ao abraçar bandeiras mais conservadoras, nas eleições de 2014, Fidelix ganhou projeção nacional ao, durante um debate, dizer à candidata do PSOL, Luciana Genro, que “dois iguais não fazem filho” e que “aparelho excretor não reproduz”, referindo-se a relações entre pessoas do mesmo sexo.

Repercussão

O falecimento de Fidelix foi lamentado nas redes sociais por alguns atores políticos. O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), chamou o presidente do PRTB de “grande líder nacional” e pediu “que Deus conforte toda a família”. O deputado federal José Medeiros (Podemos-MT) também externou os sentimentos aos familiares de Fidelix. Já o Movimento Brasil Livre (MBL) fez menção ao projeto do aerotrem, imortalizado pelo político.

O presidente Jair Bolsonaro se manifestou acerca da morte de Levy Fidelix, líder do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e aliado de seu governo. “A morte é sempre um momento difícil para todos. Que as boas lembranças de Levy Fidelix permaneça presente entre nós” — escreveu o presidente. “Expresso meus sinceros pêsames aos familiares e rogo a Deus que o receba” — acrescentou o mandatário.

Com informações do SBT News

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