Bolsonaro critica “superpoderes” dados a estados e municípios pelo STF e chama Doria de “patife”

Em visita a comunidade de venezuelanos no DF, presidente voltou a criticar Doria e o isolamento social como medida

Na manhã deste sábado (10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma transmissão nas redes sociais durante visita a uma comunidade de refugiados venezuelanos no Distrito Federal.

Em um dos momentos do vídeo, o presidente afirmou “respeitar a Constituição”, mas disse que “lamenta os superpoderes do Supremo Tribunal Federal (STF) de dar liberdade aos governadores dos Estados para decidirem sobre lockdowns”.

“O pessoal que me acusa de ditador nunca viu uma palavra minha, um só gesto, que eu fugisse de uma só palavra da Constituição. Os que me acusam fogem da Constituição”, disse Bolsonaro.

Nesta semana, Bolsonaro criticou o ministro do Supremo Luís Roberto Barroso, que determinou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar o governo federal por eventuais omissões na condução dos programas de enfrentamento à pandemia. Na sexta-feira (9), Barroso disse que “cumpre a Constituição”.

“Essa política de lockdown, toque de recolher… Sergipe permite o confisco de propriedade privada. Eu sou o ditador? Tudo tem um limite. Eu e todo o meu governo estamos ao lado do povo. Não abusem da paciência do povo brasileiro. Lamento os superpoderes que o STF deu a governadores e prefeitos para fechar salas, igrejas de cultos religiosos, é um absurdo dos absurdos, a constituição não vale mais, vale o decreto do governador”, continuou.

Para Bolsonaro, a “política de ficar em casa vai deixar a educação e o ensino pior”, causando efeitos negativos também na educação brasileira, uma vez que “os filhos terão o ensino pior do que o dos pais” e no serviço público que, “daqui a pouco não vai ter dinheiro para ser pago”. “Daqui a pouco, quem tem emprego não vai ter mais, pensem nisso. Sempre falei e continuo dizendo: [temos] dois problemas, o vírus e o desemprego, os dois são mortais, não adianta tratar de um e esquecer o outro”, disse.

O presidente afirmou que o isolamento social é uma forma de ditadura. “Com o toque de recolher, você não pode ir a praia, não pode fazer mais nada, não é para salvar você, e uma política, no meu entender, para sufocar a economia, e desgastar o Brasil de vez. Se ficar em casa o dia todo, você vai morrer de fome”, disse.

Ao mesmo tempo em que criticou as medidas de distanciamento social, Bolsonaro voltou a falar que “não quer que o Brasil se torne uma Venezuela” e que os brasileiros “tenham de comer cachorros e outros animais”.

Bolsonaro não tinha agenda oficial neste sábado (10), mas saiu do Palácio da Alvorada, acompanhado do ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, para visitar uma comunidade onde moram venezuelanos em São Sebastião, periferia do DF.

Críticas a Doria

O presidente voltou a fazer críticas duras ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), chamando-o de “patife”. “É díficil viver em um país onde um governador como o de São Paulo com um decreto qualquer fecha tudo. Quase tudo em São Paulo está passando o ponto ou fechando. Em São Paulo, quem planta tomate, não está plantando mais. Quando voltar a abrir, ô governador, o preço do tomate vai lá pra cima, aí vai colocar a culpa em mim, igual esse patife em São Paulo, que usou o meu nome para se eleger”, disse.

Para Bolsonaro, o objetivo de Doria é “quebrar São Paulo e o Brasil pra depois apontar um culpado”.

Com informações da CNN Brasil

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