País expressou preocupação com “indícios de comportamento antidemocrático”
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu neste sábado (27) a libertação da ex-presidente interina boliviana Jeanine Áñez e de dois ex-ministros, e expressou preocupação com “indícios de comportamento antidemocrático” na Bolívia.
Em comunicado, Blinken expressou a reação mais contundente até agora do governo do presidente Joe Biden à prisão dos três políticos bolivianos, acusados de “sedição terrorismo e conspiração”.
– Os Estados Unidos está profundamente preocupado pelos crescentes indícios de comportamento antidemocrático e a politização do sistema judiciário na Bolívia, após a recente detenção e prisão antes o julgamento de ex-funcionários do governo interino – comentou Blinken.
Sem mencionar diretamente Áñez nem os ex-ministros detidos, Álvaro Coimbra e Rodrigo Guzmán, o chefe da diplomacia americana se referiu em todo momento aos “ex-funcionários” do governo interino.
– Pedimos que o governo boliviano deixe claro o seu apoio à paz, à democracia e à reconciliação nacional, libertando os ex-funcionários detidos enquanto se desenvolve uma investigação independente e transparente sobre os direitos humanos e as preocupações com o devido processo – disse Blinken.
De acordo com o secretário americano, estas detenções “não são coerentes com os ideais democráticos da Bolívia” e “desacreditam os esforços extraordinários de tantos eleitores, candidatos e funcionários públicos bolivianos”.
Blinken acrescentou que há dúvidas sobre a “legalidade” das referidas detenções por serem “baseadas em acusações não comprovadas, pelas aparentes violações do devido processo em sua execução e pela natureza profundamente politizada do trabalho de fiscalização do governo boliviano”.
O chefe da diplomacia americana destacou que ainda espera manter uma “relação sólida e de respeito mútuo” com o governo do atual presidente da Bolívia, Luis Arce, e que tanto as autoridades como os manifestantes bolivianos atuem neste caso com “paz, contenção e respeito”.
Áñez e os ex-integrantes do governo interino da Bolívia são acusados pela crise de 2019, após as eleições fracassadas que resultaram na renúncia de Evo Morales à presidência, o que o atual governo considera ter sido um golpe de Estado.