O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, considera “terrivelmente injusto” o Brasil ser visto como ameaça global por ter se tornado o epicentro da pandemia da Covid-19, com recorde de novas mortes e infecções pelo coronavírus e celeiro de uma cepa com maior poder de transmissão. O alerta de que o descontrole da doença no País poderia colocar em risco o resto do mundo foi feito pela própria Organização Mundial de Saúde (OMS), no início do mês.
Ernesto Araújo reage ao que considera “discriminação” com o Brasil e pontua que a prometida “solidariedade” dos países ricos na distribuição mais igualitária de imunizantes não existiu até agora.
– Acho que isso é, antes de tudo, terrivelmente injusto, porque surgiram cepas em outros lugares. O próprio vírus surgiu na China e ninguém está falando na China como uma ameaça nesse sentido. As pessoas até falavam, mas vamos falar das novas cepas. Surgiram no Reino Unido e na África do Sul. E ninguém diz que o Reino Unido e a África do Sul são ameaças globais. O Brasil está com números altos, claro, infelizmente. Estamos sendo golpeados por essa doença, obviamente. Existe aí uma visão um pouco discriminatória em relação ao Brasil – apontou.