Presidente eleito dos EUA visa dar acesso a profissionais independentes
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja reduzir o peso dos veículos de imprensa tradicionais na sala de imprensa da Casa Branca para dar acesso a profissionais “independentes”, anunciou nesta terça-feira (26) seu filho Donald Trump Jr.
Em seu próprio podcast, Trump Jr. observou que manter a presença da mídia tradicional apenas porque “eles estão lá há muito tempo” não parece ser uma boa maneira de proceder.
“Por que não abri-la para pessoas que têm um público maior e mais seguidores?”, acrescentou o primogênito do ex e futuro presidente americano, segundo o qual seu pai acha que se trata de uma “ótima ideia”.
O magnata nova-iorquino, de acordo com Trump Jr., está considerando essa possibilidade devido à maneira como a imprensa tradicional tem se comportado em relação a ele. O jornal The New Iorque Times, para o presidente eleito, tem sido “adverso a tudo e está funcionando como o braço de marketing do Partido Democrata”.
A Casa Branca, no entanto, geralmente não decide quem se senta na sala de imprensa. Essa tarefa cabe à Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA), que reúne os jornalistas que cobrem o governo e que, de acordo com seu site, tem designado assentos desde o governo de Ronald Reagan (1981-1989).
A sala tem apenas 49 assentos, todos alocados para um veículo de imprensa específico. Ter um assento designado facilita o direcionamento de perguntas ao porta-voz; embora, qualquer jornalista com as devidas credenciais emitidas pela Assessoria de Imprensa da Casa Branca possa participar de coletivas em pé.
A primeira fileira é ocupada pela agência The Associated Press, que tradicionalmente sempre recebe a primeira pergunta nas coletivas, assim como para os correspondentes das principais redes de televisão dos EUA, como NBC, Fox, CBS, ABC e CNN.
A segunda fileira é ocupada pelos principais jornais, como The Wall Street Journal, The Washington Post e The New York Times, entre outros.
Durante o governo de Joe Biden, as coletivas de imprensa têm sido quase diárias, assim como nos de Barack Obama (2009-2017) e George W. Bush (2001-2009).
No entanto, durante seu primeiro mandato na Casa Branca (2017-2021), Trump, que teve um relacionamento contencioso com a imprensa e descreveu alguns veículos como “inimigos do povo” e fabricantes de “notícias falsas”, ordenou que sua equipe de comunicação rompesse com essa tradição.
Como resultado, as coletivas se tornaram esporádicas, dependendo do secretário de imprensa que estivesse no cargo na ocasião. De fato, foi estabelecido um recorde de mais de 300 dias sem aparições de porta-voz – entre março de 2019 e janeiro de 2020.