Nova regra impede que cidadãos de países que liberam mudança de gênero adotem crianças russas
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, proibiu no último sábado (23), por lei, a adoção de crianças russas por cidadãos de países onde a mudança de sexo é permitida. Segundo a norma, cidadãos de países que permitem a mudança de sexo por meio de tratamento médico, envolvendo ou não cirurgia, ou uma mudança de gênero nos documentos de identidade, serão impedidos de adotar.
“Temos que proteger os pequenos que não podem se proteger”, disse o presidente da Duma [câmara baixa da Assembleia Geral] russa quando os deputados aprovaram a lei, que “visa excluir qualquer possibilidade de adoção de crianças russas por representantes de comunidades LGBT”.
Volodin mencionou 12 países, incluindo Itália e Espanha, que já foram líderes mundiais no número de adoções de crianças russas, mas também Alemanha, Bélgica e Suíça, por permitirem a mudança de sexo de menores, uma política que ele descreveu como “desastrosa”.
“Um estrangeiro que tenha adotado uma criança russa pode, após retornar ao território de seu país, mudar o sexo da criança, mas o pior é que ele também pode mudar o sexo da criança adotada”, argumentou.
Em setembro, a vice-presidente da Duma, Anna Kuznetsova, revelou que as adoções por estrangeiros haviam cessado completamente após mais de 100 mil crianças russas terem sido adotadas nos últimos 30 anos. Em 2011, as autoridades russas começaram a tornar mais rigorosos os requisitos de adoção para os países que legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo.