O ex-ministro da Casa Civil do Governo Lula, José Dirceu, defendeu os ataques terroristas contra Israel durante uma entrevista para a Folha de S.Paulo ao apoiar a causa palestina e a fala polêmica de Lula (PT) sobre a situação, o que o fez se tornar persona non grata naquele país.
“O Lula está corretíssimo. Não há razão para não nos manifestarmos claramente. O que aconteceu lá [em Gaza] foi e é um genocídio, uma guerra de extermínio”, disse.
Dirceu declarou ainda que há um “colonialismo” e que a “Palestina está ocupada por Israel”, o que dá aos palestinos o direito de se levantar usando armas.
“O povo palestino tem o direito de se levantar em armas contra a ocupação de Israel. Tem o direito. Sagrado”.
Sobre o Hamas, o petista disse que o ataque terrorista de 7 de outubro não justifica a política adotada pelas forças israelenses contra os moradores da Faixa de Gaza. E declara que condena a morte dos mais de 1,5 mil inocentes mortos pelos terroristas.
“Não é porque houve o atentado do Hamas que você é obrigado a concordar com a política que Israel está desenvolvendo hoje. Aliás, o mundo não concorda mais com ela”.
E continuou:
“Isso tem que ser condenado, e eu condenei. Todos os crimes de guerra têm que ser condenados, como eu disse. O Hamas é definido como grupo terrorista. Mas vamos lembrar que os três grupos que formaram as Forças de Defesa e o Estado de Israel eram grupos terroristas”.
FEDERAÇÃO ISRAELISTA CONDENA FALA DE DIRCEU
A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) classificou as falas de Dirceu como “ultrajantes” e declarou que o petista “busca a legitimação do maior atentado terrorista da história israelense”.
“Omitindo deliberadamente informações históricas cruciais, José Dirceu, em uma única entrevista, confundiu o povo palestino com o grupo terrorista Hamas; silenciou a respeito da utilização de violência sexual contra mulheres israelenses como instrumento de guerra; nada disse sobre os mais de 250 reféns de diversas nacionalidades que foram sequestrados, dos quais apenas 101 continuam sob poder dos terroristas do Hamas; e ignorou sumariamente o fato de que Israel não ocupa a Faixa de Gaza há quase 20 anos, oportunidade em que deixou o território para que o povo palestino pudesse decidir seu próprio futuro, sonho que acabou sendo apropriado por radicais que se recusam a aceitar a existência do país vizinho”, diz a nota.
E continua:
“Em outra passagem marcante da entrevista, Dirceu afirmou que “no Brasil nunca teve antissemitismo”. Nós, judeus brasileiros, adoraríamos viver no país representado no imaginário do ex-ministro. Mas sabemos a realidade, vivemos a realidade e, justamente por isso, continuaremos agindo para modificá-la. Certamente não serão aqueles que buscam legitimar a ação criminosa do Hamas que definirão, à revelia da comunidade judaica, o que é antissemitismo”.