Ao tomar posse, Silvio Almeida prometeu combate ao assédio

O ex-ministro dos Direitos Humanos acabou sendo acusado de assédio sexual e moral

Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos do governo Lula (PT), foi aplaudido em 3 de janeiro de 2023, após fazer seu discurso de posse, prometendo combater o assédio aos servidores da pasta.

“Trabalharemos pela valorização dos servidores, pelo combate a todo tipo de assédio e para que vocês (os servidores) sejam reconhecidos”, disse ele na ocasião.

Um ano e oito meses depois, ele é destituído do caso após ser denunciado por assédio. Nesta sexta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu demiti-lo após denúncias de assédio.

Silvio Almeida foi acusado de assédio sexual contra mulheres, entre elas a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. De acordo com o portal Metrópoles, os casos foram denunciados ao Me Too Brasil, uma organização que acolhe vítimas de violência sexual.

Ao saber das denúncias, o então ministro negou as acusações de que teria cometido assédio sexual contra mulheres. Ele pediu para que a Controladoria-Geral da União (CGU), ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à Procuradoria-Geral da República (PGR) façam as devidas investigações.

Mas nesta sexta, Anielle revelou a ministros e integrantes da CGU e AGU que, de fato, ela foi assediada por Almeida. O depoimento da ministra foi importante para que Lula tomasse a decisão.

Além das denúncias de assédio sexual, a pasta dos Direitos Humanos também é alvo de denúncias de assédio moral por parte dos servidores.

Segundo informações do UOL desta quarta-feira (4), desde que o ministro assumiu o cargo, foram abertos dez processos internos para investigar possíveis casos de assédio moral, dos quais sete já foram arquivados.

No primeiro ano de gestão, 52 pessoas deixaram o ministério, com ao menos 31 delas pedindo demissão. As principais reclamações foram direcionadas ao ministro e a duas de suas assessoras diretas: a chefe de gabinete, Marina Basso Lacerda, e a secretária-executiva, Rita Cristina de Oliveira. Em resposta, o ministério alega que são “falsas suposições”.

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