O empresário Elon Musk, dono da rede social X, repostou um tutorial sobre como usar uma rede VPN que permita burlar a geolocalização do usuário, que assim poderia utilizar a rede social como se não estivesse no Brasil.
Ele também disse que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “merece ser preso”, horas após a Primeira Turma da corte ratificar, nesta segunda-feira (2), a decisão que ele havia tomado de suspender a plataforma no Brasil.
A Primeira Turma é integrada pelos ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e é presidida pelo próprio Moraes.
Musk disse que Moraes “merece ser preso por seus crimes” e que isso é “só uma questão de tempo” ao comentar uma postagem sobre as manifestações marcadas para 7 de setembro na avenida Paulista, em São Paulo, e que pedem o impeachment do ministro.
A suspensão do X ocorreu gradualmente, a partir da noite da última sexta-feira (30). A medida, de acordo com a decisão, ficará em vigor até que a rede social cumpra “todas” as decisões do STF.
O empresário americano também endossou um outro tweet que critica o silêncio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e da vice-presidente e candidata à presidência, Kamala Harris, sobre a suspensão do X, alegando que eles “se opõem à liberdade de expressão”.
Além disso, após a notícia, nesta segunda-feira, de que os Estados Unidos confiscaram um avião oficial da presidência da Venezuela em uma operação realizada na República Dominicana e relacionada às sanções dos EUA ao país sul-americano, Musk fez uma ameaça ao governo brasileiro.
“A menos que o governo brasileiro devolva a propriedade ilegalmente apreendida do X e da SpaceX, buscaremos a apreensão recíproca dos bens do governo também. Espero que Lula aproveite os voos comerciais”, disse Musk, citando o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva.
Além da medida contra o X, há outra frente de conflito judicial com o serviço de internet via satélite Starlink, também de Musk e que se recusou a cumprir a suspensão da rede social no Brasil.
As contas da Starlink, que oferece serviços de internet via satélite e tem cerca de 215 mil linhas ativas no Brasil, foram bloqueadas por Moraes para garantir o pagamento das multas impostas ao X, que tem cerca de 20 milhões de usuários no país.