Empresário defendeu que equipamentos podem ser hackeados por IA ou humanos
O empresário Elon Musk, dono da rede social X, fez uma postagem na plataforma neste sábado (15) na qual defendeu o fim das urnas eletrônicas. A publicação em questão foi um comentário a um post de Robert F. Kennedy Jr, candidato independente ao cargo de presidente dos Estados Unidos, que comentou uma reportagem sobre irregularidades relacionadas ao dispositivo nas eleições primárias de Porto Rico.
“Deveríamos eliminar as urnas eletrônicas. O risco de ser hackeado por humanos ou IA, embora pequeno, ainda é muito alto”, escreveu Musk.
Kennedy, que segue na disputa à Presidência dos Estados Unidos, havia comentado uma reportagem da agência de notícias Associated Press que apontou que a comissão eleitoral de Porto Rico está revendo seu contrato com uma empresa de votação eletrônica dos EUA depois que centenas de discrepâncias foram descobertas após as acirradas primárias da ilha.
Segundo a agência, o imbróglio resultou de um problema de software que fez com que as máquinas fornecidas pela Dominion Voting Systems apurasse incorretamente o total de votos. Por conta disso, as contagens informadas por máquina teriam sido inferiores às contagens de papel em alguns casos. Além disso, algumas máquinas reverteram certos totais ou reportaram zero votos para alguns candidatos.
Em sua publicação, o concorrente ao cargo máximo da política americana disse que “felizmente, havia um rastro de papel para que o problema fosse identificado e a contagem dos votos corrigida”.
“O que acontece em jurisdições onde não há registro documental? Os cidadãos dos EUA precisam de saber que todos os seus votos foram contados e que as suas eleições não podem ser pirateadas. Precisamos de regressar às cédulas de papel para evitar interferências electrónicas nas eleições. A minha administração exigirá votos em papel e garantiremos eleições honestas e justas”, resumiu.
BOLSONARO INELEGÍVEL APÓS QUESTIONAR SISTEMA
No Brasil, o principal expoente da defesa do voto impresso auditável, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em junho do ano passado, justamente após fazer uma reunião com embaixadores na qual questionou o sistema de votação adotado no Brasil, no qual há apenas o registro eletrônico do voto.
Em seu voto pela inelegibilidade de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do TSE, disse que, no encontro com os embaixadores, o ex-presidente teve “claro sentido de destruir credibilidade de sistema de votação” e influenciar o eleitor de que estaria sendo vítima de uma “conspiração do Poder Judiciário para fraudar as eleições presidenciais”.