Informação foi divulgada pelo delegado responsável pelo caso
O adolescente de 16 anos que confessou ter matado a própria família se surpreendeu ao saber que seria detido e levado para a Fundação Casa, instituição em São Paulo onde os menores de 18 anos cumprem medidas socioeducativas aplicadas pelo Poder Judiciário após terem cometidos atos infracionais. A informação foi divulgada pelo delegado Roberto Afonso, responsável pelo caso.
“Ele tomou um susto, foi uma surpresa, ele se espantou com isso. A gente não sabe se ele estava fora de uma realidade com relação à detenção”, disse.
O delegado afirmou também que o adolescente não demonstrou sentir “remorso” ao ser apreendido e que “relatou com tranquilidade” como matou os familiares.
“É difícil para a gente imaginar que você mata os seus pais e tem essa tranquilidade para falar”, apontou o delegado.
SOBRE O CASO
O adolescente de 16 anos foi apreendido após ter confessado que matou os pais adotivos e a irmã dentro da casa onde a família vivia. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), o caso foi registrado na Vila Jaguara, Zona Oeste da capital paulista.
Conforme a investigação, policiais militares foram acionados no último domingo (19) pelo próprio adolescente, que teria confessado ter cometido o crime contra a própria família na última sexta (17). O adolescente foi conduzido à delegacia e, posteriormente, à Fundação Casa.
O menor relatou que teria sido chamado de “vagabundo” pelos pais adotivos na noite da última quinta (16), tendo em seguida o celular e computador apreendidos. Ele alega que isto o atrapalhou nas atividades escolares, o deixando revoltado. Ele usou então a arma do pai, um guarda municipal, para cometer os assassinatos.
O pai foi atingido com um tiro na nuca, quando se debruçou sobre a pia da cozinha. Já a irmã foi atingida com um tiro no rosto, e a mãe levou um tiro nas costas. No dia seguinte, sábado (18), o menor enfiou uma faca nas costas da mãe, já morta. Segundo a polícia, a arma e o celular do menor foram apreendidos e a perícia acionada.
O caso foi registrado como “ato infracional de homicídio – feminicídio, ato infracional de posse ou porte ilegal de arma de fogo e ato infracional – vilipêndio a cadáver (ofensa grave que viola o respeito aos mortos)” no 33° DP (Pirituba).