Milei também atribuiu a crise econômica na Argentina ao envolvimento exacerbado do Estado
Durante um evento do partido espanhol Vox, realizado em Madri neste domingo, 19, o presidente da Argentina, Javier Milei, condenou o socialismo e reafirmou seu compromisso com os fundamentos do liberalismo, como a proteção da vida, da liberdade e da propriedade privada.
“Nunca se esqueçam que os malditos socialistas assassinaram 150 milhões”, disse Milei, em discurso. “Abrir a porta ao socialismo é aceitar o convite da morte […] Sabem o que é melhor para os trabalhadores? Que pactuem livremente seus contratos. Sabem o que é o melhor para as mulheres? O que é melhor para as crianças? Um pai e uma mãe os conhecem melhor que qualquer burocrata. Chega de socialismo, chega de fome, chega de miséria”.
Milei também citou a crise na Argentina e atribuiu o declínio do país ao crescente envolvimento do Estado ao longo das últimas décadas, o que, em sua visão, levou a 100 anos de humilhação e desrespeito às normas econômicas fundamentais.
Ele ressaltou a hiperinflação e o aumento da pobreza e destacou que cinco milhões de argentinos vivem em condições de extrema necessidade.
Milei critica primeiro-ministro da Espanha
Em sua fala, o presidente argentino afirmou que a principal função do Estado é defender a liberdade individual. Milei também fez uma crítica ao primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchéz, que ameaçou renunciar ao cargo depois de uma série de denúncias contra sua mulher.
“As elites globais não percebem o quão destrutivo pode ser implementar as ideias do socialismo”, prosseguiu. “Eles não sabem que tipo de sociedade e país eles podem produzir […] que níveis de abuso eles podem gerar, mesmo quando eles têm a mulher corrupta, eles sujam e levam cinco dias para pensar sobre isso”.
A companheira de Sanchéz, Begoña Gómez, foi acusada de tráfico de influência. Ela supostamente aproveitava da sua relação com o premiê para “recomendar ou endossar, por carta de recomendação, empresários que se candidataram a concorrências públicas”.
Uma das empresas beneficiárias da ajuda pública, a Globalia, é proprietária da companhia aérea Air Europa. Segundo a denúncia, a Globalia concordou em pagar 15 mil euros por ano (cerca de R$ 83 mil) pelos voos de primeira classe de Gómez e dos seus assessores.
Depois de quase uma semana de suspense na Espanha, Sánchez anunciou que permaneceria no cargo. Em abril, Begoña se declarou inocente e disse que o premiê defenderia sua honra nos tribunais.