Líder estadunidense diz que vetará projeto de lei caso seja aprovado também no Senado
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, nesta quinta-feira (17), um projeto de lei que obriga a Casa Branca a enviar a Israel o carregamento de armas que o governo do presidente Joe Biden suspendeu na semana passada.
O projeto foi aprovado com placar de 224 votos a favor e 187 contra. Apesar de a liderança do Partido Democrata ter orientado seus congressistas a votarem contra, 16 membros da legenda apoiaram o projeto, que pretende contornar o critério de Biden.
O presidente americano já anunciou que, se o projeto de lei passar no processo legislativo – que também requer a aprovação do Senado, de maioria democrata – usará seu poder de veto.
“Nós nos opomos veementemente às tentativas de restringir a capacidade do presidente de utilizar a assistência de segurança dos EUA de acordo com a política externa e os objetivos de segurança nacional”, afirmou a Casa Branca em comunicado.
Biden não terá, muito provavelmente, de usar esse poder, uma vez que o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, disse que não quer colocar o texto na pauta de votação.
Em entrevista coletiva antes da votação, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, afirmou que “é evidente que Biden e Schumer viraram as costas a Israel”.
“Queremos que o presidente ouça isso alto e bom som: essa é uma decisão catastrófica com implicações globais. Obviamente, está sendo tomada com base em cálculos políticos”, disse Johnson, acusando Biden de “desafiar a vontade do Congresso”.
Os republicanos, que controlam a Câmara, apresentaram o projeto de lei depois de ter sido revelado, na semana passada, que a Casa Branca tinha retido um carregamento de armas para Israel para evitar uma incursão militar na cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza.
O carregamento retido consiste em 3,5 mil bombas, a maioria delas com 907 quilos e de grande poder destrutivo. Em uma entrevista após o anúncio, Biden disse que civis morreram em Gaza em resultado da utilização de armas americanas.
A medida foi amplamente criticada não só pelos republicanos, que questionaram o compromisso de Biden com Israel, mas também por setores do Partido Democrata alinhados com o Estado judeu.
Além de obrigar o governo a entregar “prontamente” as armas a Israel, o projeto de lei aprovado na Câmara prevê o congelamento dos orçamentos do Pentágono, do Departamento de Estado e do Conselho de Segurança Nacional até que o envio seja efetivado.