Direita critica governo Lula por não condenar ataque a Israel

Nota do governo disse apenas que vê, “com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel”

O ataque do Irã a Israel, neste sábado (13), gerou reações entre deputados e políticos nas redes sociais. Parlamentares de direita foram mais vocais sobre o tema, expressando descontentamento à reação do governo Lula (PT) sobre a ofensiva militar, que não condenou a investida iraniana.

A crítica diz respeito à nota do Ministério das Relações Exteriores, que não fez uma condenação direta ao Irã.

Do lado governista, o assunto não foi tão comentado. Parlamentares de esquerda afirmaram que foi o governo israelense que aumentou as tensões no Oriente Médio ao bombardear uma embaixada iraniana no começo do mês.

Já na direita, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reclamou que a nota do Itamaraty sobre o ataque de drones não condena o Irã. “E no fundo do poço tinha um alçapão!”, ironizou.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), por sua vez, pediu uma condenação à ofensiva. “Esperando que o governo brasileiro condene os ataques iranianos a Israel. Infelizmente não é algo fácil pra eles, pois não apoiaram a investigação da ONU contra o Irã por violação dos direitos das mulheres”, escreveu.

Já a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) chamou a reação do governo brasileiro de “inaceitável”. Ela disse ainda que “Lula silencia diante de atos de seus aliados”.

Outros parlamentares de direita expressaram solidariedade aos israelenses. O deputado estadual Gil Diniz (PL), de São Paulo, escreveu: “Vamos orar por Israel! Nosso total apoio ao povo de Israel”. Quem também pediu orações pelos israelenses foi o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PL-SP).

ATAQUE DO IRÃ E POSICIONAMENTO DO BRASIL

O Irã lançou no sábado um ataque com mais de 300 drones, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro, segundo Israel. O governo israelense disse ter interceptado 99% das ameaças. Foi a escalada militar mais grave no Oriente Médio desde a Guerra do Golfo, terminada em 1991.

Em resposta, o governo brasileiro fez um apelo “a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção”, para “evitar uma escalada” do conflito, mas não condenou a ação iraniana.

“O Governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria”, resumiu o comunicado.

Até a manhã deste domingo (14), o único integrante do alto escalão governo federal a publicar no X sobre os ataques foi o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Ele condenou a ofensiva iraniana, mas, ao mesmo tempo, pediu o fim de ataques israelenses em Gaza.

“Condenamos o ataque do Irã sobre Israel. Queremos paz no Oriente Médio. Exigimos o fim dos ataques à Gaza por parte de Israel. Evidentemente, ao condenar o ataque do Irã a Israel condenamos igualmente o ataque de Israel a embaixada Iraniana na Síria. O mundo precisa ajudar a evitar a presente escalada bélica no Oriente Médio”, declarou.

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