Amália Barros disse que solicitará moção de repúdio na Comissão de Educação
Os deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO) e Amália Barros (PL-MT) expressaram indignação ao expor um vídeo em que uma técnica administrativa transexual de uma escola em Várzea Grande, Mato Grosso, aparece ensinando ideologia de gênero para crianças. Na gravação, a educadora diz que a noção de feminino e masculino é uma construção, e que as pessoas podem se identificar com um gênero diferente ao longo do tempo.
“A gente precisa entender que existem meninos e meninas e que isso pode ser construído ao longo do tempo. Eu quando nasci, era do sexo masculino. Porém, quando eu cresci fui percebendo que eu não me identificava como menino. Eu gostava das coisas de menina”, declarou.
A profissional foi identificada como Rô Manú, e a instituição como a Escola Mercedes de Paula Soda em Várzea Grande, segundo informações do portal Primeira Página.
“Se o menino gosta de outro menino, se uma menina gosta de outra menina, ou se gosta de menino e menina, isso importa a quem? Só a ele mesmo, ou ela mesma. Vamos aprender e compreender que pessoas são diferentes, que meninos com corpos de meninos que usam vestido e falam como mulheres devem ser respeitados e não são motivo de piada”, acrescentou a técnica administrativa.
Os parlamentares reagiram ao vídeo classificando-o como um “absurdo”. Eles ainda afirmaram que solicitarão uma moção de repúdio na Comissão de Educação, comandada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).
“Absurdo! Querem de toda forma doutrinar as nossas crianças nas escolas. Isso aconteceu em Várzea Grande (MT), uma escola de educação infantil, a palestra foi dada para crianças do 5° ano do ensino fundamental. Eu como deputada federal por Mato Grosso não permitirei. Entrarei com um requerimento de moção de repúdio na Comissão de Educação”, declarou Barros em postagem colaborativa com Gayer.
Em entrevista ao portal Primeira Página, a profissional da educação disse que foi convidada pela direção da escola a fazer uma palestra educativa sobre o tema.
“É revoltante perceber que uma fala de cunho educativo, que visava inibir comportamentos preconceituosos e violentos entre as crianças de uma escola, se tornou pauta de discussão política, ideológica e extremista. Mais uma fake news a serviço do discurso de ódio. Quando mencionei que transfobia e homofobia são, de acordo com a decisão do STF de 2019, equiparados ao crime de racismo e injúria racial, inclusive sendo passiveis de punição criminal, tive o intuito de reforçar a seriedade de tais atos e não de coagir, conforme algumas pessoas tentam argumentar”, declarou Rô Manú.
Assista o vídeo
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de Várzea Grande disse que trata-se de um “fato isolado”.
“A Prefeitura de Várzea Grande não pratica ideologia de gênero em nenhuma de suas Secretarias ou Órgãos Municipais e refuta toda e qualquer manifestação, venha ela de pessoas ou segmentos. Fato isolado ocorrido durante acolhimento de alunos na Escola Mercedes de Paula Soda, localizado no Jardim Paula I, com manifestação de um profissional da área de Educação, não traduz a opinião e o conceito da Administração Municipal e da política educacional que é contra qualquer tipo de discriminação de raça, cor, credo ou qualquer manifestação pública”.
A entidade ainda afirma que vai “promover o devido esclarecimento dos fatos, que teriam sido motivados pelo tratamento discriminatório contra o profissional da educação e contra alguns alunos”.
A nota finaliza afirmando que o Poder Público Municipal não irá permitir que “transformem fatos isolados em crises políticas deflagradas por conceitos de direita ou de esquerda”.