Vice da Argentina, Cristina Kirchner joga culpa em Fernández: ‘Responsabilidade é do presidente’

País realiza 1º turno eleitoral neste domingo, 22; candidato liberal, Javier Milei aparece na liderança de pesquisas

A Argentina realiza o primeiro turno da eleição para presidente neste domingo, 22. Atual vice-presidente e ex-governante do país, a peronista Cristina Kirchner tentou, ao menos no discurso, se livrar dos problemas argentinos. Ao votar na Província de Santa Cruz, ela jogou a culpa para o presidente, e seu aliado, Alberto Fernández.

“Em 2020, quando este governo já estava no poder há um ano, falei e não fui ouvida sobre os funcionários que não trabalharam”, disse Cristina, segundo informações do site do jornal argentino Clarín. “Cabe ao presidente da nação.”

Ainda com o discurso de se mostrar distante da atual administração responsável pelo Executivo do país, Cristina citou como “seu” apenas o governo em que ela foi a cabeça de chapa. Ex-primeira dama do país, Cristina foi alçada candidata a presidente da Argentina pelo marido, Néstor Kirchner (1950-2010). Foi eleita e presidiu o país sul-americano de dezembro de 2007 a dezembro de 2015.

“O meu governo durou até 2015, aqui sou eu a vice-presidente”, disse Cristina. “Presido o Senado e as minhas divergências em 2020 já eram públicas.” Na Argentina, assim como nos Estados Unidos, cabe ao vice-presidente da República a responsabilidade de presidir o Senado.

“Meus governos sempre foram lembrados como bons”, disse a vice-presidente, ao continuar com discurso de tentar se afastar da gestão de Fernández. Apesar da posição de destaque no governo, ela ainda criticou a imprensa por associá-la à atual administração. “Sei que vocês estão o tempo todo dizendo que o governo é meu.”

Aos 70 anos, Cristina afirmou que não vai se aposentar da política partidária argentina.

Cristina Kirchner, Alberto Fernández e Argentina em crise 

No comando da Casa Rosada desde o fim de 2019, a dupla Alberto Fernández e Cristina Kirchner se prepara para deixar o poder em meio à crise do país. Atualmente, a inflação da Argentina está em mais de 100% ao ano. Além disso, dados estatísticos ressaltam uma informação nada animadora para os atuais gestores: quase metade da população — 40% — está na linha de pobreza.

Diante dos indicadores, Fernández nem tentou se reeleger presidente. Dessa forma, a esquerda peronista — e a atual base governista — se vê representada na eleição deste domingo pelo ministro da Economia, Sergio Massa.

O representante governista, contudo, encara o desafio de ao menos chegar ao segundo turno. Nas pesquisas de intenção de voto, Massa aparece atrás do deputado liberal Javier Milei, que venceu as prévias realizadas em agosto. Representante da coalização de centro-direita, a ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich também está na disputa.

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