Declaração foi dada durante encontro com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comparou o grupo islâmico Hamas aos nazistas durante seu encontro com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que chegou nesta terça-feira (17) ao país para expressar sua solidariedade. Ele apoiou “o direito inalienável de Israel de se defender e proteger seus cidadãos”.
“O Hamas são os novos nazistas, é o Estado Islâmico”, declarou o premiê israelense em coletiva de imprensa em Jerusalém ao lado Scholz.
Essa é mais uma visita de um líder ocidental a Israel após o ataque surpresa do Hamas de 7 de outubro, que matou 1.400 pessoas e fez explodir a guerra contra o terrorismo palestino em Gaza.
“Há 80 anos, o nosso povo experimentou a pior selvageria da história da humanidade com os crimes nazistas no solo da Alemanha e da Europa”, disse Netanyahu a Scholz, reiterando que “a selvageria perpetrada pelos assassinos do Hamas que chegam de Gaza foram os piores crimes contra os judeus desde o Holocausto”.
O premiê israelense também enfatizou que os massacres cometidos durante o ataque do Hamas “lembram os crimes nazistas do Holocausto”, quando cerca de 6 milhões de judeus foram exterminados.
Perante isto, garantiu que Israel está efetuando uma resposta militar adequada contra Gaza – onde pelo menos 3 mil pessoas já morreram devido aos bombardeios israelenses – e pediu à comunidade internacional que apoie o país em sua luta.
“Tal como o mundo se uniu para derrotar os nazistas e o Estado Islâmico, o mundo deve permanecer unido a Israel para derrotar o Hamas”, declarou Netanyahu.
O líder israelense ainda acusou o grupo palestino de fazer parte do chamado “eixo do mal” com o Irã e a milícia xiita libanesa Hezbollah. Este último também atacou Israel nos últimos dias em sua fronteira norte, o que deixou pelo menos cinco mortos do lado israelense.
Por sua vez, Scholz condenou perante Netanyahu o “ataque cruel e sanguinário do Hamas contra civis inocentes” e o sequestro de homens, mulheres e crianças que “faz gelar o sangue”.
“Está claro que Israel tem o direito inalienável, sob o abrigo do direito internacional, de se defender contra esse terror; todo Estado tem a obrigação de proteger os seus cidadãos”, afirmou Scholz, lembrando que também há alemães entre os reféns mantidos em cativeiro em Gaza.
Ao mesmo tempo, salientou que o governo alemão “busca que o conflito não se agrave” para “evitar que se transforme em um incêndio de grande dimensão”, razão pela qual emitiu uma “advertência expressa” a qualquer outro país ou ator que tenha a intenção de “intervir de fora”.
“Nos últimos dias enviamos esta mensagem através dos canais diplomáticos para aqueles que deveriam recebê-la”, declarou.
Em relação aos contra-ataques israelenses a Gaza, Scholz assegurou que “devem ser encontradas formas de entregar ajuda humanitária o antes possível à população de Gaza – que está privada de alimentos, água, combustível ou suprimentos médicos devido a um cerco israelense ainda vigente.
“O destino dos civis em Gaza não nos deixa indiferentes”, acrescentou o chanceler.
Depois de passar por Israel, e com o objetivo de facilitar o acesso humanitário a Gaza, Scholz viajará para o Egito, onde se reune nesta quarta-feira (18) com o presidente, Abdel Fattah Al-Sisi, para discutir o assunto.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também deverá chegar nesta quarta-feira a Israel para uma visita na qual abordará a situação com as autoridades israelenses.