Sayid Marcos Tenório trabalhava na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência
O deputado federal Marcio Jerry (PCdoB-M), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, exonerou, nesta terça-feira, 10, o assessor Sayid Marcos Tenório, por ironizar uma mulher sequestrada e publicar comentários antissemita nas redes sociais.
No cargo, Tenório ganhava mais de R$ 20 mil. Além de um cargo na política, o homem é vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina.
“Em face de comentário em rede social feito por Sayd Marcos Tenório em postagem referente a foto de mulher agredida por integrantes do Hamas, manifesto minha total reprovação e veemente repúdio”, informou Jerry, em nota. “Comunico ainda que, por considerar extremamente grave a manifestação, determinei a imediata demissão dele do quadro de minha assessoria na Câmara dos Deputados.”
No sábado 7, quando o grupo terrorista Hamas atacou Israel, um perfil no Twitter/X divulgou o vídeo de uma mulher sendo levada pelos radicais, levantando a hipótese de estupro. Tenório respondeu à publicação, debochando da mancha de sangue que estava na calça da mulher.
“Isso é marca de merda”, escreveu. “Ela se achou nas calças.”
No mesmo dia, o historiador respondeu à nota de repúdio de Lula em relação aos atos terroristas: “Que declaração fajuta”, disse. “Que ataque terrorista o quê, Lula. Os palestinos têm o direito de resistir a opressão e o roubo de terras que Israel pratica há mais de 75 anos.”
Em resposta ao jornal O Globo, Tenório admitiu ter adotado um tom “inadequado no calor do momento”, mas ressaltou que o Hamas age “dentro da legalidade internacional”. Há algumas horas, os perfis no Twitter e no Instagram de Tenório foram tirados do ar.
No sábado, o grupo terrorista bombardeou Israel, provocando o início de uma guerra. Hoje, o conflito chega em seu quarto dia. Trata-se do maior conflito na região em cerca de 50 anos, que já deixou milhares de mortos.
O ministro de Relações Institucionais de Lula, Alexandre Padilha, recebeu Sayid Tenório, apoiador do Hamas, no Palácio do Planalto. Tenório publicou no Instagram fotos do encontro dois dias antes do ataque do movimento terrorista a Israel.
“Presenteei o ministro com o livro de minha autoria, Palestina, do mito da terra prometida à terra da resistência, publicado pela Editora Anita Garibaldi e Ibraspal”, disse Tenório.
Em nota, a assessoria de Padilha confirmou o encontro, mas limitou-se a dizer que se tratou de uma “visita de cortesia”. Além disso, observou que o ministro repudiou, anteriormente, os ataques do Hamas contra Israel.
No documento, contudo, não há menção ao ajuntamento radical. “O ministro Alexandre Padilha já manifestou publicamente seu repúdio aos atos terroristas ocorridos no último sábado e seu desejo de que a comunidade internacional atue para conter a escalada de violência na região”, afirma a nota.
Quem é o apoiador do Hamas?
De origem pernambucana, Tenório é colunista do site Brasil247, no qual assina artigos com títulos como “Terrorismo de Israel contra ONGs de Direitos Humanos” e “Os laços do sionismo com o Nazismo”.
No passado, atuou como chefe de gabinete da Subsecretaria de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, ainda durante o governo Dilma. Entre 2007 e 2011, foi secretário parlamentar de Jilmar Tatto, do PT.
Em 2007, converteu-se ao islamismo e, em março de 2019, recebeu autorização da Justiça para alterar o nome formalmente em seus documentos. Tenório se chamava José Marcos.