Contrato sobre câmeras contradiz Dino sobre exclusão de imagens

Ministro tem colocado a culpa em contrato com empresa que cuida do circuito de câmeras do Ministério da Justiça

Ao contrário do que tem sido alegado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o contrato de manutenção do sistema de monitoramento do edifício do Palácio da Justiça não especifica o tempo que as imagens devem permanecer preservadas até que possam ser apagadas automaticamente. A informação consta em uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo.

Dino tem alegado que o sistema de gravação do edifício do Palácio da Justiça, que fica ao lado do Congresso, teria capacidade de armazenamento limitada a menos de 30 dias e que, após esse período, as imagens mais recentes apagariam as mais antigas.

Em entrevista à GloboNews nesta quinta (31), por exemplo, o ministro voltou a culpar o contrato com a empresa que cuida do circuito fechado de câmeras do Ministério da Justiça por não ter disponível para transferir à CPMI as imagens de 8 de janeiro.

“Há um contrato sobre as regras de conservação dessas imagens. Havia imagens preservadas, porque estavam em inquéritos. A PF foi lá, no começo de fevereiro, e levaram as imagens. Todas as imagens que existem foram entregues”, disse o ministro.

Segundo reportagem do Estadão, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) possui 185 câmeras de segurança, mas o ministro Flávio Dino só teria enviado imagens de quatro delas à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro.

Ainda de acordo com o veículo, a pasta federal enviou primeiro gravações captadas por dois equipamentos. Já nesta quinta, um novo conjunto de imagens, dessa vez capturadas por ao menos outras duas câmeras, foi repassado ao colegiado.

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