O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), condecorou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o título de cidadão honorário de Minas Gerais, na tarde desta segunda-feira (28).
A cerimônia aconteceu a partir das 17 horas, na sede da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG). Durante a solenidade, apoiadores do ex-presidente pediram para que o governador mineiro deixasse o Novo e se filiasse ao PL, partido do ex-chefe do Executivo.
O evento contou com a presença dos deputados federais Eros Biondini (PL-MG), Junio Amaral (PL-MG), Lincoln Portela (PL-MG), Mauricio do Vôlei (PL-MG), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Rosângela Reis (PL-MG). Parlamentares de oposição ao governo Zema não compareceram à cerimônia.
O homenageado da sessão foi Bolsonaro, mas quem roubou a cena durante a solenidade foi Romeu Zema. Enquanto era elogiado pelo deputado estadual Coronel Sandro (PL-MG), autor do projeto de lei que concedeu a cidadania mineira ao ex-presidente, a plateia da ALMG paralisou o seu discurso no coro “Vem pro PL, Zema”.
Desde o início do ano, Zema entrou no radar do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com vistas às eleições municipais do ano que vem. Em junho, por meio da sua assessoria, o governador negou que estaria negociando com a sigla de Bolsonaro e descartou uma saída do Novo, que tem o governador mineiro como o único chefe de Executivo estadual.
BOLSONARO ENFRENTA INJUSTIÇAS
O projeto de lei de Coronel Sandro foi aprovado em 2019 e ficou engavetado na ALMG por quatro anos. Ao justificar a sua proposta, o parlamentar disse que Bolsonaro “renasceu” em Juiz de Fora em 2018, após sofrer um atentado a faca, durante a campanha eleitoral daquele ano. Em seu discurso, o parlamentar afirmou que o ex-presidente tem enfrentado “dificuldades” e “injustiças” nos últimos tempos, sem citá-las.
“Sei das dificuldades que tens enfrentado junto com a tua família nos últimos tempos. Enfrentado diariamente a injustiça, mas não esmoreça, pois quem anda com a verdade nada tem a temer, e milhões de brasileiros sabem da verdade e confiam em ti. Eles querem te destruir e destruir as nossas ideias”, disse Coronel Sandro.
Ao longo do seu discurso, Bolsonaro afirmou que espera que o povo não sinta as “dores do comunismo” e ressaltou que deseja “colaborar com o futuro do país”.
No fim de junho, o ex-presidente foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após ser condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em razão de reunião em que criticou o modelo atual das urnas eletrônicas diante de diplomatas, em julho do ano passado.
“Eu todo dia, antes de sair de casa, dobro o meu joelho, rezo um Pai-Nosso e peço a Deus que o nosso povo não sinta as dores do comunismo. Quero apenas uma coisa, se Deus me der força, enquanto ela estiver, que eu possa colaborar com o futuro do meu país”, disse Jair Bolsonaro.
Essa é a segunda vez, em apenas dez dias, que Bolsonaro recebe um título de cidadão honorário em um estado brasileiro. No último dia 18, Bolsonaro recebeu a condecoração pela Assembleia Legislativa de Goiás.