Ex-auxiliar de Bolsonaro diz que não participou de vandalismo em 8 de janeiro

O sargento Luis Marcos dos Reis admitiu ter subido a rampa do Congresso Nacional

Durante seu depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, o segundo-sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, admitiu que participou da manifestação que resultou na invasão dos prédios localizados na Praça dos Três Poderes. A oitiva de Reis aconteceu nesta quinta-feira, 24.

De acordo com o militar, ele subiu a rampa do Congresso Nacional, mas não invadiu o prédio. O convite para ir ao local teria partido de sua mulher e ele o aceitou, pois tinha “curiosidade”. 

“Cheguei por volta das 17 horas à Esplanada, subi a rampa [do Congresso] e tirei foto”, explicou Reis. “As fotos estão no meu celular. Foi um momento impensado. Se me perguntarem se eu me arrependo, eu me arrependo. Só subi a rampa, mas não entrei em nenhum lugar.”

Mensagens trocadas entre o militar e alguns conhecidos no WhatsApp mostram que, ao chegar ao Congresso, Reis disse que a manifestação foi “linda”. O militar declarou que chegou à Praça dos Três Poderes depois da invasão ao Congresso Nacional e que não testemunhou a depredação.

Conforme Reis, ele “subiu a rampa” por que “não tinha ninguém lá embaixo falando” que ele “não poderia ir”. No início do depoimento, o militar negou ter participado de qualquer esquema de fraude no cartão de vacinação do ex-presidente e de seus familiares.

Desde maio deste ano, ele está preso preventivamente por suspeita de envolvimento nesse caso. O sargento era subordinado ao tenente-coronel Mauro Cid, que comandava Ajudância de Ordens da Presidência da República e também está detido — há 110 dias.

Reis ainda explicou aos membros da CPMI que esteve uma vez no acampamento em frente ao quartel-general, localizado em Brasília. Seu comparecimento ao local também se deu em virtude de um convite de sua mulher. “Fui ver como era”, explicou o militar.

Movimentações financeiras do ex-auxiliar de Bolsonaro 

Reis foi questionado pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), sobre movimentações financeiras em sua conta, que ultrapassam R$ 3 milhões, entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023.

O sargento explicou que os depósitos e as retiradas se referem a recursos recebidos quando ele foi para a reserva e à participação em consórcios, entre outras negociações. Ele também afirmou que intermediou a venda de um carro para Mauro Cid no valor de R$ 70 mil.

Fonte: Revista Oeste

COMPARTILHAR