Diante das investidas de parte dos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro para convocar militares, o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), se reuniu nesta quarta-feira (22) com o comandante do Exército, general Tomás Paiva, e o ministro da Defesa, José Múcio.
Após o café da manhã de três horas no Quartel General da força terrestre, Maia disse que a CPMI precisa preservar as “instituições democráticas” e separar atitudes isoladas de “alguns militares” do comportamento de toda a corporação.
“Eu acho que é muito importante que a gente conclua os nossos trabalhos preservando, sobretudo, as instituições brasileiras”, pontuou Maia.
E completou: “Mostrando para todo o nosso país que o fato de alguns militares, pessoas físicas, terem eventualmente se envolvido com essas movimentações antidemocráticas que aconteceram e projetaram o 8 de janeiro, isso tem que ser separado, totalmente separado, das Forças Armadas brasileiras”.
Maia disse que foi ele quem ligou para o comandante do Exército com o pedido de que se reunissem para discutir a situação dos militares na CPMI.
“Eu reputo o Exército brasileiro como uma instituição gloriosa, que tem um significado indispensável não só para o Brasil”, declarou.
O parlamentar ainda afirmou que o ministro da Defesa é uma pessoa com quem tem se “aconselhado” para conduzir a CPMI de forma “ordeira”.
Quando questionado se o café da manhã no Quartel General do Exército serviu para o chefe da corporação fazer pedidos à CPMI, Maia negou que o comandante da força terrestre tenha feito pedidos para que se convoque ou deixe de convocar determinados militares. A relatora da CPMI quer aprovar a quebra de sigilo bancário do general de quatro estrelas Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, o que é visto com temeridade pelo Exército.
“Em relação aos requerimentos, isso [café da manhã] não muda absolutamente nada”, garantiu Maia.
O presidente da CPMI ainda taxou como um ponto fora da curva as denúncias de policiais militares de que o Exército teria impedido a remoção dos acampamentos em frente ao Quartel General em Brasília. Maia afirmou que no período da transição de governo havia militares que “queriam manifestar um sentimento contra a democracia”, mas que eram opiniões de “pessoas físicas”, não do Exército.