Em total crise econômica, governo argentino aliado de Lula, congela preços de combustíveis até as eleições

Inflação no país é galopante, e número deve aumentar nos próximos meses

O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, anunciou um acordo para congelar os preços de combustíveis no país até 31 de outubro. Ele transmitiu a informação na quinta-feira 17.

Em 22 de outubro, haverá o primeiro turno na disputa presidencial, com Massa entre os candidatos. 

“Concordamos, depois de um trabalho de entendimento entre as refinarias, os produtores e o Estado, que não haverá mais aumento de combustíveis até 31 de outubro”, afirmou Massa, no Twitter.

Massa ficou em terceiro lugar nas primárias do domingo 13, vencidas pelo economista libertário Javier Milei.

O país enfrenta inflação superior a 100% ao ano, e analistas preveem que o número deve acelerar. Os mercados locais enfrentam turbulência nas últimas semanas, e o aumento na taxa de juros imposto pelo Banco Central da República Argentina (BCRA) contribui para o crescimento da tensão.

Além do congelamento do preço de combustíveis: como estão as eleições na Argentina

Com mais de 30% dos votos, o economista libertário Javier Milei, da coalizão A Liberdade Avança, venceu as eleições primárias da Argentina, realizadas no domingo 13.

O grupo de Milei representa liberais e conservadores. Já as outras coalizões, formadas por aliados do ex-presidente Mauricio Macri (Juntos por el Cambio) e da ex-presidente Cristina Kirchner (União pela Pátria), defendem ideias de centro e de esquerda.

A vitória de Milei contraria a maioria das pesquisas eleitorais, que lhe conferiam cerca de 20% de intenções de voto. As eleições do domingo deram a vitória ao candidato libertário, que superou os grupos políticos que se revezavam no governo do país.

Na visão de Milei, tanto o grupo político da ex-presidente Cristina Kirchner quanto o do ex-presidente Mauricio Macri compõem la casta, tratamento pejorativo que o candidato dá a toda a classe política tradicional. A divisão eleitoral do país, portanto, seria ilusória.

Tal discurso “contra o sistema” é uma das características que fizeram a imprensa e parte da opinião pública comparar Javier Milei a Jair Bolsonaro. O ex-presidente brasileiro se pôs, em 2018, como alternativa ao que seria uma falsa oposição entre PT e PSDB.

A vitória nas primárias põe o candidato como favorito para o próximo 22 de outubro, data do primeiro turno das eleições. Em caso de haver segundo turno, os dois candidatos se enfrentam em 19 de novembro. As primárias definiram cinco candidatos.

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