Delgatti: Código-fonte permite programar urna para alterar voto

Programação permitiria apertar um voto e resultar em outro, disse o hacker

Walter Delgatti Neto, o hacker da Lava Jato, em seu depoimento à CPMI do 8 de janeiro, nesta quinta-feira (17), disse que “quem tem acesso ao código-fonte [das urnas eletrônicas] consegue que seja apertado um voto e o resultado seja outro”.

“O código-fonte é o código em si. É o código aberto. Ele tem diversos arquivos. E, compilado, ele vira apenas um, que é o que estava na urna. E quem tem acesso ao código-fonte antes de compilá-lo consegue inserir linhas que façam com que seja apertado um voto e o resultado seja outro”, revelou o depoente.

Delgatti afirmou que lhe foi solicitado uma maneira de aplicar na prática uma manipulação a fim de comprovar a fragilidade do sistema e, assim, poder contestar a segurança digital das eleições.

“Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu, não o oficial do TSE, e nesse código-fonte eu inserisse essas linhas, que eles chamam de código malicioso, porque ele tem como finalidade enganar, como finalidade colocar dúvidas na eleição”, explicou.

À CPMI, hacker da ‘Vaza Jato’ fala sobre possibilidade de fraude em urnas

Segundo Delgatti, apenas alguém que faça parte do TSE e que tenha acesso ao código-fonte da urna tem a possibilidade de mexer nas “linhas” do código. O assunto veio à tona depois que o hacker disse à CPMI que o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu que ele comprovasse a vulnerabilidade das urnas eletrônicas.

Ao ser interpelado sobre quais melhoras poderia sugerir para garantir 100% a segurança do voto, o hacker disse que a saída seria “imprimir o voto”. Delgatti explicou que as urnas eletrônicas não são ligadas a redes de internet, por estarem offline.

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