“Trocar um projeto de país por um ministério é pensar muito pequeno”, criticam os políticos ligados a Bolsonaro
A possível adesão do Republicanos ao governo Lula provocou muita insatisfação numa ala do partido alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse movimento de apoio ao petismo pode provocar um racha e levar à saída de nomes de peso no cenário nacional.
Entre eles, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, o deputado federal deputado tenente Luciano Zucco, e os senadores Hamilton Mourão e Damares Alves.
Zucco e Tarcísio conversaram longamente por telefone nesta quarta-feira (9), e já cogitam uma saída negociada com a direção do Republicanos. Aliás, foi o partido que deu o primeiro passo para entregar o controle da CPI do MST à base governista, retirando dois parlamentares que vinham atuando de forma combativa contra as invasões de terra.
Messias Donato (ES) e Diego Garcia (PR) ficaram sabendo pela imprensa que não faziam mais parte da CPI. A medida foi recebida como uma traição por parte dos parlamentares.
Zucco, que preside a CPI do MST, não escondeu o descontentamento. “Se o Republicanos continuar desrespeitando a direita, vou buscar uma alternativa de diálogo de sair mantendo meu mandato”, destacou.
Considerado um dos principais nomes da oposição na corrida presidencial, o governador de São Paulo deve ir pelo mesmo caminho. Tarcísio não esconde sua insatisfação com os últimos movimentos do Republicanos.
“Trocar um projeto de país por um ministério é pensar muito pequeno”, criticam os políticos ligados a Bolsonaro.
A conversa entre Zucco e Tarcísio representa o diálogo franco entre duas pessoas que se conhecem há mais de 30 anos, desde quando foram colegas na Academia Militar das Agulhas Negras, no início da década de 1990.