Bolsonaro sobre 2026: “Só estou morto quando estiver enterrado”

Ex-presidente falou sobre planos políticos do seu partido para os próximos pleitos

Embora esteja inelegível por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue demonstrando entusiasmo político e tem planos para fazer seu partido crescer. Em entrevista à Crusoé nesta quarta-feira (26), o ex-chefe do Executivo falou sobre a busca por prefeituras em 2024 e indicou que será influente no pleito de 2026: “Eu costumo dizer que só estou morto quando estiver enterrado”.

“Primeiro temos de pensar em 2024. Talvez a gente consiga fazer mil prefeituras, essa é a meta do Valdemar [Costa Neto, o presidente do Partido Liberal]. Tem muito prefeito vindo para o nosso lado. No momento, estamos com um problema que todos os partidos gostariam de ter: candidatos em excesso. O que nós queremos é que a esquerda não ganhe mais municípios por aí”, analisou o ex-presidente.

Em seguida, Bolsonaro também informou que as articulações com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), estão bastante avançadas e o descreveu como uma “pessoa humilde, que tem trabalhado”. Em relação ao vice de chapa, ele afirmou que estão analisando alguns nomes e que Valdemar e ele estão na “iminência de fechar” com um deles.

Ainda durante a entrevista, Bolsonaro comentou sobre sua relação com o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele disse que o ex-ministro é “puro politicamente” e um “gestor fenomenal”. O ex-líder do Planalto nega que as divergências entorno da reforma tributária tenham afetado sua relação com Tarcísio.

“Tarcísio é uma pessoa fantástica, um gestor fenomenal. Uma pessoa pura, até. Acho ele não vai gostar de eu falar que ele é puro. Mas ele tem uma pureza na política. Acredito que ele tinha propostas para ganhar alguns milhões por ano aí fora, na iniciativa privada, e eu o convenci a dar sua cota de sacrifício como candidato aqui em São Paulo. Ele tem uma cabeça fantástica e é um gestor. Então não vou dizer que ele errou. Ele focou muito nos interesses de São Paulo. Sempre esteve tudo bem, não pode ter problema entre nós”, garantiu.

INELEGIBILIDADE

Ao comentar a decisão do TSE de tirar seus direitos políticos, Bolsonaro disse ser “triste” quando um “país condena seus cidadãos não por erros, por falhas… mas quando condena por virtudes”. Ele também crê que a Corte Eleitoral seja arbitrária em suas decisões contra ele.

“O que eu vejo do meu governo? Quatro anos, dois praticamente parados por conta da pandemia, e nós entregamos o país melhor do que eu recebi em 2019. Eu resolvi ir embora em 30 de dezembro. Jamais entregaria a faixa para alguém com o passado do atual presidente que está aí. Jamais, jamais. Pela forma como ele foi tirado da cadeia, a forma como ele foi “descondenado” para driblar a Lei da Ficha Limpa. E, depois, como o TSE tratava as questões de interesse meu e dele. O TSE foi completamente favorável ao outro lado. Mas eu considero as eleições do ano passado uma página virada”, salientou.

Bolsonaro também negou temer o ministro Alexandre de Moraes, que é relator de casos que o atingem.

“Só [temo] possíveis arbitrariedades. Fora isso, você não tem que temer ninguém neste país. Nem ele a nós, nem nós a eles. Isso é uma democracia. Se você passar a intimidar outras pessoas, está com os dois pés fora das quatro linhas”, avaliou.

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