Cacique do PL garantiu que a palavra final no partido é sempre do ex-presidente
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, reconheceu publicamente que Jair Bolsonaro errou quando se voltou contra a aprovação da reforma tributária, mas deixou claro que a última palavra no partido é dele, já que ele é uma “máquina de votos”.
Valdemar entende que as brigas internas na sigla são consequência de uma “explosão” da direita e pelo expressivo número de pessoas inexperientes na política. A fala ocorreu em entrevista à Folha.
“Nós temos que preservar o Bolsonaro porque ele é uma máquina de votos e o partido vive disso”, disse.
Mesmo com a contrariedade de Bolsonaro sobre a aprovação da reforma tributária, Costa Neto afirmou que o PL pode mudar de entendimento e apoiar a proposta quando chegar ao Senado.
Perguntado sobre as diferentes visões políticas dentro do partido por parte de integrantes da legenda – como membros do PL que acreditam que Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, é de esquerda – Valdemar explicou com serenidade e experiência.
“Nenhuma pessoa é igual a outra no mundo, quanto mais em um partido. Tem gente no partido que eu respeito, que está achando que o Tarcísio é de esquerda. (…) Temos que ter uma maneira de viver em harmonia. Depois de meados de agosto, vou começar a fazer reuniões em grupos menores para eu explicar isso para o camarada, porque tem camarada que não quer entender.
Sobre a autoridade de Bolsonaro no partido e a garantia de ser dele a palavra final, Costa Neto reconheceu que “ele é o dono dos votos. Ele colocou esse pessoal aqui, ele que tem prestígio. Quem elegeu o Tarcísio e o Marcos Pontes (PL-SP) foi o Bolsonaro”.